25 de jun. de 2011

O Julgamento de Paris

Certos filmes têm o dom de nos transportar para o lugar onde as suas histórias são contadas e muito disso se deve à fotografia que, aliada a locações deslumbrantes e tudo isso costurado a um bom roteiro acabam nos fazendo entrar na história e quase querer vivenciar tudo aquilo que o filme nos mostra, se a trilha sonora for perfeita então, nem se fala. Tudo isso claro só entende quem realmente gosta de filmes e se entrega a fantasia que nos é oferecida, mas e quando o filme em questão nos conta uma história verídica? Talvez quem tenha vivido os fatos contados na tela nem perceba isso que acabei de falar, até porque, na vida real não tem música de fundo, mas o fato de sabermos que alguém como nós, de carne e osso, viveu algo que tenha valido a pena ser contado, isso talvez torne a magia da história ser mais palpável e nos faça ver a vida com outros olhos. Talvez isso seja verdade, talvez só mais um devaneio de um pirado que vê filmes demais, mas a verdade é que um pouco de poesia na vida da gente não faz mal nenhum e ainda torna as coisas mais fáceis e belas de viver...

Sobre o filme
Na década de 1970, mais precisamente  no ano de 76, foi promovida na França uma sessão de degustação às cegas de vinhos franceses, até então considerados os melhores do mundo, e alguns vinhos americanos da região de Napa Valley, na Califórnia, e o resultado foi que o que era apenas para promover uma pequena loja de vinhos sem muita visibilidade em Paris, acabou abrindo os olhos do mundo para vinhos produzidos nos mais diversos países e com qualidade muitas vezes inquestionável.
Quando falei sobre a fotografia do filme ser um aspecto de importância única na narrativa, é porque aqui temos a mesma sensação que se tem quando assistimos filmes como Comer Rezar AmarCartas para Julieta e Mama Mia por exemplo. Paisagens magníficas, locações deslumbrantes e cenários de sonho que fazem de qualquer história um grande prazer de ser visto. Neste caso, a paleta de cores escolhida não poderia ser mais feliz. Como diria minha grande amiga Luciana, de Campo Largo, este é um filme ensolarado! Não só pela luz escolhida, quase sempre mostrando o pôr do sol no oeste americano, mas pela trilha sonora, repleta de boa música dos anos 70, tudo coberto por tons terracota que dão um ar ainda mais sofrido à vitória conquistada pelos americanos.
Destaques neste filme ficam por conta da impecável interpretação de Alan Rickman interpretando o enólogo inglês que promove a competição, arriscando tudo para promover sua loja, a sempre boa interpretação de Bill Pullman, a debochada participação de Dennis Farina e claro, como todo bom filme tem de ter uma linda mulher, a participação de Rachael Taylor foi uma surpresa tão boa quanto todo o filme, que me foi indicado pela Karina da 100% Vídeo e que me ofereceu esta grata surpresa.

Se você gostou de Sideways: Entre Umas e Outras, vai adorar este filme! Se uma boa garrafa de Montelena não custasse algo em torno dos R$ 300,00, bem que poderia promover uma dessas degustações em casa. Deixo aqui uma feliz frase de Luiz Groff que diz o seguinte: “Não sou enólogo. Enólogo é um sujeito que diante do vinho toma decisões, eu diante decisões, tomo vinho. ”

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