25 de jun. de 2011

Bravura Indômita

Exite um tipo de filme do qual nunca falei aqui ainda, por ser um gênero muito pouco explorado hoje em dia. Os chamados filmes de faroeste sempre renderam grandes histórias e nos brindaram com fabulosas atuações, com alguns atores se tornando referência do gênero, como o gigante John Wayne, Yul Brynner, a dupla Bud Spencer e Treence Hill (dos famosos filmes do Trinity) que levaram humor ao Velho Oeste, sem falar em outros clássicos apresentados por Giuliano Gemma nos áureos tempos do Bang-Bang à italiana. Outro que fez também muito sucesso cavalgando em direção ao pôr do Sol foi Clint Eastwood, que de vez em quando ainda arrisca uma visita por essas bandas.
Faroeste definitivamente não é um filme para qualquer pessoa. Muito pouca gente que diz gostar de cinema, gosta de um filme assim. Eles são crus, brutais, tão há espaço para poesia ou romance. Geralmente são feitos em locações áridas justamente porque seus personagens são igualmente secos, amargos e endurecidos pela vida. Para os saudosistas, hoje deixo um presentinho. Cliquem na janelinha abaixo e ouçam o tema original de Três Homens em Conflito (The Good, The Bad and The Ugly, 1966), que talvez seja um dos filmes mais importantes do cinema mundial. Sua trilha sonora é ícone do gênero e já dá uma boa ideia do que se esperar de um verdadeiro filme de bang-bang.

Sobre o Filme
Logo após a notícia do assassinato de seu pai, a jovem Mattie Ross (Hailee Steinfeld) contrata um xerife para encontrar o assassino de seu pai e acaba encontrando  o xerife Reuben J. "Rooster" Cogburn (Jeff Daniels) e descobre que o bandido também está sendo caçado pelo sargento LaBoef (Matt Damon).  Os três então partem numa jornada da qual ninguém sairá da mesma forma que começou.
Como já disse antes, filmes de faroeste não têm espaço para poesia, então não esperem ver aqui um filme bonito. Os irmãos Coen fizeram aqui algo que acho quase impossível, claro que, reservadas as proporções, mas tudo indica que esta releitura do clássico de 1969 com John Wayne no papel do xerife Cogburn ficou muito melhor que o original. Jeff Bridges está simplesmente impecável, além do irreconhecível Matt Damon, sem falar na absurdamente profissional Hailee Steinfield, que pegou um papel extremamente difícil e que hoje, não consigo imaginar outra pessoa no papel, não a toa, a menina recebeu a indicação de melhor atria coadjuvante.
Para os fãs de cinema de verdade, este é mais um daqueles filmes obrigatórios, não só a serem vistos neste ano, mas deve figurar na lista dos melhores de todos os tempos do gênero. É um filme duro, bruto, mas de uma qualidade impressionante. Dica importante, assista em alto volume, os efeitos sonoros fazem toda a diferença.
Este post é em homenagem aos meus queridos e finados Pai e Avô, que adoravam o gênero, principalmente meu Pai, com seus livrinhos do Tex, que até hoje não entendo como alguém conseguia ler aquilo...


O Julgamento de Paris

Certos filmes têm o dom de nos transportar para o lugar onde as suas histórias são contadas e muito disso se deve à fotografia que, aliada a locações deslumbrantes e tudo isso costurado a um bom roteiro acabam nos fazendo entrar na história e quase querer vivenciar tudo aquilo que o filme nos mostra, se a trilha sonora for perfeita então, nem se fala. Tudo isso claro só entende quem realmente gosta de filmes e se entrega a fantasia que nos é oferecida, mas e quando o filme em questão nos conta uma história verídica? Talvez quem tenha vivido os fatos contados na tela nem perceba isso que acabei de falar, até porque, na vida real não tem música de fundo, mas o fato de sabermos que alguém como nós, de carne e osso, viveu algo que tenha valido a pena ser contado, isso talvez torne a magia da história ser mais palpável e nos faça ver a vida com outros olhos. Talvez isso seja verdade, talvez só mais um devaneio de um pirado que vê filmes demais, mas a verdade é que um pouco de poesia na vida da gente não faz mal nenhum e ainda torna as coisas mais fáceis e belas de viver...

Sobre o filme
Na década de 1970, mais precisamente  no ano de 76, foi promovida na França uma sessão de degustação às cegas de vinhos franceses, até então considerados os melhores do mundo, e alguns vinhos americanos da região de Napa Valley, na Califórnia, e o resultado foi que o que era apenas para promover uma pequena loja de vinhos sem muita visibilidade em Paris, acabou abrindo os olhos do mundo para vinhos produzidos nos mais diversos países e com qualidade muitas vezes inquestionável.
Quando falei sobre a fotografia do filme ser um aspecto de importância única na narrativa, é porque aqui temos a mesma sensação que se tem quando assistimos filmes como Comer Rezar AmarCartas para Julieta e Mama Mia por exemplo. Paisagens magníficas, locações deslumbrantes e cenários de sonho que fazem de qualquer história um grande prazer de ser visto. Neste caso, a paleta de cores escolhida não poderia ser mais feliz. Como diria minha grande amiga Luciana, de Campo Largo, este é um filme ensolarado! Não só pela luz escolhida, quase sempre mostrando o pôr do sol no oeste americano, mas pela trilha sonora, repleta de boa música dos anos 70, tudo coberto por tons terracota que dão um ar ainda mais sofrido à vitória conquistada pelos americanos.
Destaques neste filme ficam por conta da impecável interpretação de Alan Rickman interpretando o enólogo inglês que promove a competição, arriscando tudo para promover sua loja, a sempre boa interpretação de Bill Pullman, a debochada participação de Dennis Farina e claro, como todo bom filme tem de ter uma linda mulher, a participação de Rachael Taylor foi uma surpresa tão boa quanto todo o filme, que me foi indicado pela Karina da 100% Vídeo e que me ofereceu esta grata surpresa.

Se você gostou de Sideways: Entre Umas e Outras, vai adorar este filme! Se uma boa garrafa de Montelena não custasse algo em torno dos R$ 300,00, bem que poderia promover uma dessas degustações em casa. Deixo aqui uma feliz frase de Luiz Groff que diz o seguinte: “Não sou enólogo. Enólogo é um sujeito que diante do vinho toma decisões, eu diante decisões, tomo vinho. ”

A Mentira

Há algum tempo, um gênero de filmes que fez muito sucesso era comédia adolescente, mostrando a eterna luta para perderem a virgindade, serem populares e se darem bem no final. Para aqueles da geração American Pie, isso já era um problema muito sério nos idos tempos de Porky's. A Vingança dos Nerds (e hoje eles são moda, vai entender...) e Garota Sinal Verde. Estes filmes eram legais porque mostravam gente comum, carinhas desajustados socialmente que conseguiam se fazer enxergar pelos outros e realmente acabava tudo bem. Honestamente com essa juventude que temos por aí, não sei se esse tipo de filme faria tanto sucesso, até porque vemos uma boa safra de atores que um dia fizeram sucesso nesse gênero voltando a explorá-lo já estando mais maduros e com os mesmos resultados (A Ressaca e Gente Grande), mas o público que vê esses filmes hoje é o mesmo que via naquele tempo, então não sei como a molecada de hoje encara isso.

Sobre o filme
Garota sem muitos amigos na escola (Emma Stone) se torna popular ao deixar que garotos espalhem que tiveram alguma coisa com ela e assim acabam se entrosando com o resto da galera, enquanto ela mesma acaba sendo rejeitada. Tudo isso não seria problema se a história toda não crescesse tanto e a colocasse em um sem fim de encrencas.
Este filme de uma forma bem despretensiosa acaba divertindo bastante e trazendo boas surpresas, como a sempre interessante participação de Stanley Tucci como um paique todo adolescente gostaria de ter e um professor meio esquisito vivido por Thomas Haden Church, além de Lisa Kudrow que também dá uma passada por aqui. Outra coisa legal desse filme é que, talvez justamente por não ter grandes ambições, ele aproveita e faz uma boa e justa homenagem aos filmes sobre adolescentes que citei acima, quando a personagem de Emma Stone se queixa de a sua vida não ser como num desses filmes.
Não tem nada na TV e está sem um bom palpite p/ se divertir um pouco? Arrisque este filme aqui, é uma boa sugestão, de verdade, apesar do nome.

13 de jun. de 2011

Além da Vida

Há algum tempo teve início uma safra de filmes com uma temática mais espiritualizada, da qual alguns bons títulos estiveram em cartaz no nosso singelo blog (Chico Xavier, Nosso Lar, As Mães de Chico Xavier) e o último grande título da temporada 2010 não podia ficar a cargo de outro senão Clint Eastwood. Aclamado pela crítica mundial e pelo público das mais diversas idades ele consegue imprimir em seus filmes um ritmo que poucos conseguem hoje em dia. Não a toa foi através de suas mãos que Morgan Freeman ganhou seu último Oscar. Não se pode falar de cinema de qualidade nos dias de hoje sem citar Clint Eastwood. Eu pelo menos não conheço nenhum filme ruim que tenha sua assinatura e todos podem ser recomendados incondicionalmente.

Sobre o filme
Vítima do tsunami que atingiu a Indonésia em 2004, uma jornalista francesa (Cècile de France) passa por uma experiência de quase-morte e então começa a ter uma percepção diferente da vida. Demitida do emprego de âncora de um telejornal, ela passa a pesquisar sobre o tema e tem seu livro publicado, participando de uma feira literária na Inglaterra algum tempo depois.
Garoto inglês (George McLaren) luta junto com seu irmão gêmeo para esconder das autoridades as condições precárias em que vivem com a mãe drogada, para assim pelo menos manterem a família unida. Em um trágico acidente, seu irmão acaba morrendo e então ele é separado da mãe que acaba internada para deixar as drogas. Sentindo-se sozinho, ele busca incessantemente por alguma forma de contato com o irmão. Sem saber como ajudar o jovem garoto, o casal que o acolhe temporariamente o leva para conhecer um outro jovem que eles acolheram an0os atrás, que hoje trabalha emum centro de convenções onde acontece uma feira literária em Londres.
Médium americano que entende seu dom como uma maldição já que não pode tocar em ninguém (Matt Damon), resolve abandonar a prática de intermediar os contatos entre quem está ainda neste plano terreno e os que já nos abandonaram e decide levar uma vida comum, com um trabalho comum, mas acaba demitido e resolve tirar um tempo para recolocar os pensamentos em ordem e parte em uma viagem para a Inglaterra, já que gosta muito de Charles Dickens e acaba indo assistir uma audição de um de seus livros em uma feira literária.
Sim, se você me disser que o filme é bastante previsível, sou obrigado a concordar, mas apenas baseado na forma como eu o apresentei aqui. Quando eu assisti a esse filme, eu sabia por alto do que se tratava, mas não peguei logo de cara como as coisas aconteceriam no desenrolar da história, então não se preocupem muito com isso. Curtam a história, magistralmente dirigida por um dos maiores diretores da atualidade (quem poderia dizer isso nos tempos de Bronco Billy...?)
Aqui a temática espiritualista é mostrada de uma forma diferente do que estamos acostumados e ver nos filmes nacionais, já que Hollywood não conhece muito do assunto (como podemos ver em Um Olhar do Paraíso), mas é interessante quando a jornalista francesa vai visitar uma especialista em experiências semelhantes a dela e “recebe a incumbência” de ser uma voz sobre o tema, que dê credibilidade ao assunto, o que pode parecer estranho, já que o espiritismo surgiu na França.
Longe dos outros filmes aqui mencionados, este não mostra nenhuma referência com nenhuma doutrina, abrindo o caminho apenas a uma discussão sobre o tema, sem deixar de ser uma história tocante e que pode ser assistido sem contra indicações por todos os públicos. Detalhe para a cena que recria o tsunami com uma fidelidade impressionante.

Sexo Sem Compromisso


Ontem foi Dia dos Namorados! Também foi véspera de Dia de Santo Antônio! Noite das pessoas encalhadas fazerem suas simpatias... Enquanto isso, Hollywood lança dois filmes na contramão dos desejos casadoiros, ou pelo menos, tenta passar essa sugestão nos títulos de dois novos projetos. Um deles ainda a ser lançado é estrelado por Justin Timberlake e Mila Kunis (Cisne Negro) e chama-se “Amigos com Benefícios”. O outro é este aqui, com a lindinha da Natalie Portman (Thor e também Cisne Negro) e Ashton Kutcher (Jogode Amor em Las Vegas). Não sei porquê, mas isso sempre acontece no cinema. Alguém tem uma ideia, não necessariamente boa, e vai lá um caminhão de gente copiar.

Sobre o filme

Desiludido por sua namorada tê-lo abandonado e ir viver com seu próprio pai (vivido pelo fantástico Kevin Kline), um jovem roteirista de TV (Ashton Kuthcer) decide não se envolver mais até que encontra com uma antiga amiga de escola (Natalie Portman) que agora é uma médica de vida totalmente sem tempo para relacionamentos, eis então que os dois resolvem viver algo totalmente sem vínculo afetivo: sexo, puro e simples, sem comprometimento, sem passeios de mãos dadas, sem cobranças, simplesmente sexo. E o mais interessante é que a proposta foi dela! Tudo vai indo bem até o Zé Ruela querer colocar as coisas nos eixos e aí começa a entornar o caldo.
A ideia do filme é bem original e tem muito a ver com o título do outro filme do gênero, que citei acima. Muita gente tem optado por um tipo de amizade com benefícios, onde o nível de cobrança é atrativamente baixo, mas honestamente não confio muito nisso, em algum momento isso não vai prestar.
Apesar do título, o filme até que pega leve, até porque, acho que Natalie Portman até toparia alguma cena mais comprometedora, mas só se isso viesse com uma boa indicação ao Oscar, como aconteceu em Cisne Negro. De resto, é um bom filme para se ver bem acompanhado, pois vai oferecer assunto para bons debates acerca do tema. Aos rapazes que me acompanham, um conselho: o que sua namorada/noiva/esposa disser a respeito, concorde! Nós bem sabemos quem perde nessas conversas...