25 de jul. de 2011

O Vencedor

Grandes histórias sugerem grandes filmes, que pedem grandes atores, que acabam indicados a grandes prêmios, certo? Certo!
Já comentei aqui que o mundo do esporte é repleto de boas histórias e sempre trazem grandes lições de vida para quem assiste. Quanto aos bons atores, nem preciso falar a respeito de quem está aqui. Mark Wahlberg e Christian Bale são nomes de peso hoje no cinema e ainda que o primeiro seja demasiadamente pouco aproveitado em Hollywood, Bale tem se destacado em diversos gêneros, emplacando enorme sucesso com seu incrivelmente bem feito Batman/Bruce Wayne e levando prêmios, como o Bafta, o SAG, o Globo de Ouro e o Oscar, todos pelo seu papel neste filme que aqui comento. Outro nome relativamente novo mas que tem despontado bastante é o de Amy Adams (de Julie e Julia) que também foi indicada por seu trabalho aqui.

Sobre o filme
Micky Ward (Mark Walhberg) era um lutador de boxe que vivia a sobra de seu irmão também lutador (Christian Bale) e vivia sendo agenciado pela mãe que só acertava lutas onde o filho servia de escada para outros lutadores subirem no ranking, até que ele conhece uma garçonete (Amy Adams) e ele resolve, após a prisão do irmão, se tornar um lutador profissional e tem a chance de disputar o cinturão de campeão mundial.

Baseado em fatos reais, O Vencedor mostra muito mais que a história demais um boxeador até então anônimo, o filme mostra o drama da família que sempre apostou tudo no filho como uma saída da pobreza e acha que simplesmente isso basta. Mostra também um homem cansado de só tentar e nunca conseguir ser nada além do que sempre conheceu e mostra principalmente, a luta de um ex-lutador contra as drogas, e que vive se sustentando em uma única oportunidade que teve de fazer algo grande na vida.

Quero aqui dar um destaque mais que merecido a Christian Bale pela sua atuação, sem sombra de dúvidas merecedora de todos os prêmios que recebeu. O cara vem se firmando como um dos grandes nomes do cinema contemporâneo e tem acertado em cheio nos filmes que escolhe fazer.

Para quem gosta de um grande filme, este aqui é praticamente obrigatório, e quem gosta de uma boa luta de boxe clássico, não pode deixar de ver.



Para quem quiser dar uma olhada na luta real, coloquei aqui os últimos 10 minutos na luta entre Micky Ward versus Shea Neary.


Eu Sou o Número Quatro

Agora em 2011 está acontecendo uma grande safra de filmes sobre alienígenas, por aqui por enquanto só apareceu a bomba Skyline, mas tem muita promessa de coisa boa surgindo no horizonte, como os imensamente esperados Cowboys & Aliens e Super 8, mas que ainda levarão um tempo para chegar aqui no interior. Quando surge um assunto da moda no cinema, praticamente todos os estúdios querem entrar na onda. Quando há grandes nomes envolvidos, o resultado é bem interessante, mostrando que nem sempre um grande orçamento é garantia de sucesso.

Sobre o filme
Antes da destruição de seu planeta, seu povo envia nove escolhidos para a Terra, portadores de poderes extraordinários e acompanhados de guardiães para os protegerem e treinarem na batalha contra os responsáveis pela destruição de seu planeta. Por este motivo, devem passar suas vidas de forma incógnita e fugindo a cada ameaça de serem descobertos. Três destes seres foram descobertos e mortos pelos caçadores e agora o quarto da lista resolve se defender e parte para a briga.
O elenco deste filme não tem nenhum grande nome fora o de Timothy Olyphant (o gigolô trambiqueiro de Show de Vizinha), de resto, são todos ilustres desconhecidos, pelo menos na minha humilde opinião,mas que nem por isso o filme não é bom. A molecada dá sim conta do recado e o filme é bem empolgante, com cenas muito bem coreografadas e os efeitos são excelentes. A trilha sonora também ficou bem legal e ajuda bastante.
Apesar de ser claramente feita para o público adolescente, os mais marmanjos vão se divertir com as lutas e vai ficar esperando a sequência, já que os números quatro e seis resolvem sair a procura dos outros da lista e se unirem. Infelizmente não acredito que haverá uma sequência para tela grande, mas a deixa é bem interessante para uma empolgante série de TV. Tomara que algum canal compre essa briga, acho que vale a pena.

Amor por Contrato

Muitas vezes acontece de um ator ficar tanto tempo em um papel que acaba ficando estigmatizado pelo personagem. Depois de 9 temporadas e 2 filmes para o cinema muita gente achou que David Duchovny ficaria marcado para sempre como o eterno agente Mulder da série Arquivo X. Para a grata surpresa de todos, não foi o que aconteceu. Ainda bem, senão seu trabalho na série Californication teria sido totalmente prejudicado. Premiado pelas duas séries de TV, hoje vejo que ele tem um estilo que puxa mais para o filósofo de alcôva Hank Moody do que o neurótico agente Mulder.

Sobre o filme
Contratado para uma campanha de marketing extremamente agressiva, um vendedor de carros (David Duchovny) finge ser o marido perfeito da líder da equipe (Demi Moore), compondo uma família perfeita onde todos vivem o verdadeiro sonho americano de consumo, incentivando as pessoas a serem como eles e a ter tudo o que eles possuem.
Quando vi o trailer deste filme, fiquei bem curioso. David Duchovny não é uma figura assim tão comum nas telonas e Demi Moore há algum tempo anda meio que fora do mainstream, então seria uma boa oportunidade de vê-los. Demi Moore não me decepcionou em nenhum momento, nunca esperei grandes atuações dela e foi o que não foi dessa vez que ela me surpreenderia. Do outro lado, David Duchovny foi muito bem, trazendo para o cinema uma versão bem mais light do junkie Hank Moody, não pelo estilo de vida ou pelas tiradas fantásticas, mas pelo jeito descolado de ser, totalmente desencanado de tudo. Infelizmente o filme não entrega o que promete, pois ele não chega a ser uma comédia e ainda tem alguns momentos de conflito puxando a história para um quase drama igualmente fraco.
Vocês já estão acostumados a me ver sempre falando bem dos filmes que vejo, sendo rara uma opinião negativa de minha parte (até agora acho que só tive um filme que não recomendei), mas é que quando a gente cria uma certa expectativa sobre o filme e ele não atende nem parte do que se espera, fica sendo meio broxante. Quem quiser arriscar, é por sua própria conta.


9 de jul. de 2011

Jerry Lewis - O Delinquente Delicado

Há pouco mais de um ano, escrevi um post duplo onde comentei dois filmes de um dos maiores comediantes do cinema mundial chamado Jerry Lewis. Naquele post eu comentei sobre a importância de seus filmes para uma infância feliz e para a minha mais grata surpresa, este é meu post mais lido até hoje, o que mostra que ainda há um grande interesse nos seus filmes e que muita gente talvez pense como eu, já que raramente recebo comentários aqui no blog e este foi um dos poucos que mereceu receber um da minha amiga Monica. Para mim sempre foi, é e sempre será rever os filmes que Jerry Lewis fez e ainda há vários que ainda não havia assistido, como este aqui. Espero que este post tenha um impacto parecido ao do ano passado e prometo que semrpe que possível, trarei este pedacinho de nossas infâncias aqui para compartilhar com todos que me acompanham.

Sobre o filme
Após ser confundido com arruaceiros e detido por engano, um jovem atrapalhado (Jerry Lewis) acaba sendo escolhido por um policial para receber toda ajuda possível para deixar a suposta delinquência, quando na verdade, ele é um simples zelador de um prédio que sonha ser policial para ajudar as pessoas. Sabendo deste desejo, o policial o ajuda a entrar na academia de polícia e a se sentir valorizado e respeitado por todos.
Segundo a capinha deste DVD, este foi o primeiro filme após o fim da parceria entre Jerry Lewis e Dean Martin e talvez por ainda ser uma característica forte dos filmes da época, aqui Jerry aparece cantando, o que entre seus diversos talentos, não é lá o seu forte. Como sempre em sua carreira, este filme ele também arrisca outras responsabilidades, como roteirista, diretor e produtor do filme. Sua genialidade não pode ser comparada a nenhum outro artista, até porque, não se consegue mensurar este tipo de coisa. Charles Chaplin foi um gênio em sua época assim como Jim Carrey é agora, claro que se estivesse vivo e ainda em atividade, Chaplin com certeza seria gênio, bem como se Jerry Lewis resolvesse deixar a aposentadoria e voltar aos sets de filmagem, mas os tempos hoje são outros e não acredito que o tipo de humor que ele fazia conseguisse emplacar no grande público. Eu assistiria com certeza e tenho certeza de que muita gente o faria, mas não acredito infelizmente que fosse um verdadeiro blockbuster, o que é uma pena e só prova o que sempre comento aqui, sobre uma juventude de vida fast e sem tempo para certas poesias da vida.
Filmes de Jerry Lewis são uma das belas poesias da vida, são ingênuos por natureza, singelos por criação e magníficos como toda obra prima deve ser!
Lembrando, ainda estou fazendo a campanha de arrecadação de filmes do Jerry Lewis, se alguém quiser fazer uma doação, terá seu nome incluído em minhas orações para todo o sempre...

Assim como no outro post, fica aqui mais uma cena impagável, desta vez do filme “O Queridinho das Mulheres”, quando ele ajuda operador de som a testar o microfone.

Incontrolável

Definitivamente Denzel Washington não faz filme ruim! E se for ruim, ele salva o filme com certeza! Só não me lembro dele fazendo comédia, o resto, o cara enfrenta de boa e manda muito bem, e este acho que é seu primeiro filme dentro de um gênero bastante interessante que é o cinema catástrofe. Me corrijam se estiver enganado, mas não me lembro de outro filme em que ele tenta salvar todo mundo. Eu acho bem legal esse tipo de filme, tem suspense, ação, aventura e o final na maioria das vezes a gente já sabe qual é.

Sobre o filme
Após um erro de manobras em um pátio, um trem desgovernado sai na linha principal, carregando uma carga altamente perigosa, se tornando uma verdadeira bomba ambulante. Após quase se chocarem com o trem desgovernado, dois maquinistas, um novato (Chris Pine) e um demitido após 28 anos de trabalho (Denzel Washington) resolvem tentar deter o que é chamado de “míssil do tamanho de um arranha-céu” e partem à caça da composição.
Curiosamente, este filme é baseado em fatos reais e tem todos os ingredientes necessários para prenderem qualquer um na poltrona (ou onde quer que você se acomode para assistir filmes). O diretor deu um bom timing no roteiro, não deixando o filme perder ritmo e assim como o trem, ele só vai ganhando velocidade a cada trecho percorrido. Nos anos 80 haviam vários destes filmes feitos principalmente para a TV americana e este aqui me fez lembrar algumas sessões da tarde, mas claro que com muito mais requinte, sem falar nos efeitos principalmente sonoros, fazendo o trem desgovernado praticamente rosnar como uma besta enfurecida.
Como disse no início, Denzel Washington não faz filme ruim e este aqui é excelente! No início eu não gostava muito do trabalho dele, mas com o tempo, fui aprendendo a conhecer melhor e dar o devido valor a este que é um ator que dá grife aos seus filmes. Para os fãs de filmes de ação e cinema catástrofe, este filme é imperdível!

Machete

Existem alguns diretores que são cultuados pelo trabalho conceitual que fazem, não importando muito a qualidade visual do resultado. Robert Rodiguez é um desses diretores. Claro que, se formos analisar o retrospecto da carreira, veremos trabalhos como Sin City (2005) que visualmente é perfeito, todo rodado em chroma key, e do outro lado temos El Mariachi (1992) gravado com apenas uma câmera e com sequências fantásticas. Muitas vezes sua linha de trabalho pode ser confundida com a de seu parceiro em alguns projetos (como Sin City) Quentin Tarantino ou mesmo Zack Snider, já que esta verdadeira trinca de ases possuem talvez as mentes mais deturpadas e criativas do cinema atual. Seus filmes são quase obras de arte contemporânea, sendo que muitas vezes não são classificados em gêneros específicos (exceto claro filmes como a série Pequenos Espiões e Aventuras de Sharkboy e Lavagirl). Longe de agradar ao grande público, estes diretores possuem alguns títulos que figuram entre os mais cults do cinema atual e quem gosta de cinema, tem de ver o máximo possível.


Sobre o filme
Policial federal mexicano (Danny Trejo) tem sua família assassinada pelo rei do tráfico de drogas da fronteira com os Estados Unidos (Steven Seagal), desde então, vive clandestinamente no Texas, até ser contratado para matar um senador americano (Robert De Niro) que prega a total expulsão dos imigrantes. Auxiliado pela líder de uma rede de ajuda aos imigrantes ilegais (Michelle Rodriguez) e perseguido pela policial de imigração linha-dura (Jessica Alba), Machete acaba tentando fazer justiça com as próprias mãos e se torna uma lenda entre a comunidade local.
 
Este filme foi feito depois de uma brincadeira do diretor em um outro trabalho (Grindhouse, outra parceria com Tarantino) onde ele fez um trailer falso de um provável filme que estaria trabalhando. Muita gente viu, muita gente cobrou e o filme finalmente foi feito e o resultado foi este. Visualmente falando, Machete é bem tosco e a cena de batalha entre os vigilantes da fronteira e os imigrantes ilegais me lembrou demais uma cena parecida no filme Banzé no Oeste (1974) do grande Mel Brooks. O filme todo é carregado de frases de efeito (“Deus é misericordioso, eu não” ou “Machete improvisa”) e a sanguinolência é tremenda. Se estivéssemos nos anos 70 ou 80 este filme seria um verdadeiro clássico, com certeza censurado (como aconteceu com Cobra, de Silvester Stalone) mas isso o faria ainda mais interessante. É mentiroso? Com toda a certeza! Mas é justamente essa a graça de tudo, afinal de contas, como acreditar que um cabra macho deceparia algumas cabeças ao simples passar de uma peixeira gigante (daí o nome do personagem, Machete é uma espécie de facão mexicano). Além dos grandes nomes que citei aqui, o filme ainda conta com as presenças de Don Johnson (quem se lembra de Miami Vice?) e da lindinha, (mas bagaceira) Lindsay Lohan.

Se você não gosta de violência gratuita nem passe perto da prateleira onde Machete estiver, isso aqui é filme de macho!



3 de jul. de 2011

Esposa de Mentirinha

Ninguém duvida do talento de Adam Sandler quando o assunto é comédia, e se algumas vezes ele tentou algum projeto fora deste gênero e não se deu tão bem, logo ele veio com um grande trabalho, recompensando seus fãs com muita diversão. Outra grande estrela que se dá muito bem quando o assunto é fazer rir, é a linda Jennifer Aniston e é estranho que estes dois não tenham trabalhado juntos antes. Apesar de aparecer menos nas telonas, Jennifer Aniston é um rosto bastante agradável de se ver, não só por ser uma mulher muito bonita, mas pela sua intimidade com as câmeras, talvez adiquirida pelos anos e anos na séria Friends, enorme sucesso no mundo todo, mas que confesso, nunca me encantou muito. Em breve a teremos aqui novamente em um filme não tão engraçado, mas que vai agradar muita gente com certeza.

Sobre o filme
Após uma grande decepção amorosa, um cirurgião plástico (Adam Sandler) resolve fingir ser casado para conquistar mulheres, tendo a certeza de não as magoarem, já que sabem que ele é “indisponível”. Quando finalmente se apaixona, a moça (Brooklin Decker) encontra a aliança falsa e o dispensa. Para convencê-la de que está se divorciando de uma esposa que nunca teve, ele obriga sua assistente (Jennifer Aniston) a se passar pela megera esposa e com isso cria uma confusão enorme que acaba envolvendo os filhos da assistente e uma viagem maluca ao Hawai onde, como em toda boa comédia romântica que se preze, acontece uma grande reviravolta.
Duas surpresas neste filme, uma boa, outra não. A boa: Nicole Kidman, linda como sempre, ajuda a deixar o filme mais agradável de se ver, além das duas beldades já citadas. A ruim: Rob Schneider, sempre ótimo e parceiro de longa data de Sandler em seus filmes, sempre aparecendo em papéis que quase sempre roubam a cena, desta vez não deu o ar da graça. No seu lugar, um fraco Nick Swardson que força a amizade. A participação de Dave Mathews foi legal, mas ele podia ter cantado alguma coisa, ia ser mais legal ainda. Falando em músicas, a trilha sonora aqui é muito legal, sempre fazendo referência à diferença de gerações entre Adam Sandler e Brooklin Decker, sendo que o ponto máximo é a canção do The Police (Every Breath You Take) misturada com uma do Snow Patrol (Chasing Cars) que ficou uma verdadeira delícia de se ouvir e que vocês podem ouvir logo aqui abaixo.
Me disseram que o filme era super engraçado, acho que não me pegou em um bom dia, já que só ri pra valer mesmo umas duas vezes, mas acho que vale a pena.

Trabalho Interno

E a crise econômica de 2008 continua dando o que falar. Para quem não se lembra,ela já apareceu aqui quando comentei sobre Capitalismo - Uma História de Amor, o documentário feito por Michael Moore. O interessante dos documentários é que nem sempre quem os faz consegue se manter totalmente isento sobre o tema, a não ser aqueles do Discovery Channel sobre dinossauros ou algo parecido, fora estes, todo tema que envolve a participação humana, sempre teremos a chance de perceber, por mais sutil que seja, a opinião de quem dirige o documentário. Tem gente que acha isso incoerente, o documentarista está ali para registrar algo, não para emitir sua opinião. Eu até acho legal, gosto de saber o que os outros pensam, só depois tiro as minhas conclusões a respeito e vejo se concordo ou não, e como gosto é igual a um par de nádegas, ou seja, cada um tem o seu e é de um jeito diferente do outro, neste caso aplica-se a Lei das 3 Emas* e fica tudo certo.
*Lei das 3 Emas:
"ema, ema, ema, cada um com os seus problemas"

Sobre o filme
A crise econômica que assolou o mundo em 2008, na verdade começou a ser arquitetada há muito tempo, sendo totalmente apoiada pelos vários presidentes americanos desde Ronald Reagan e a partir daí, nunca mais a Casa Branca ficou livre dos domínios de Wall Street, acho que por isso o nome deste documentário seja justamente este, “Trabalho Interno”.
Neste filme podemos ver claramente o que Michael Moore já havia denunciado em seu maravilhoso Capitalismo. Toda a cúpula que arquitetou os esquemas que culminaram na quase falência do sistema bancário americano sempre esteve envolvida nos setores da administração federal que justamente deveria regular toda a atividade econômica. Colocaram os lobos para cuidar das ovelhas, aí a gente já sabe como termina essa história. Ainda hoje diversos países no mundo todo lutam para se levantarem. Aqui no Brasil, seja pela máxima competência do governo federal na época, seja por termos raposas mais felpudas que os outros, não importa, o que interessa é que os efeitos não foram tão nocivos, se bem que para quem está encharcado, um pingo d'água não faz diferença, já que passamos e sobrevivemos a todo tipo de crise financeira do mundo globalizado.
Por ter um aspecto mais técnico, este é um bom filme para ser utilizado em aulas de administração e economia, e como diz na capinha do DVD, é realmente assustador e revoltante como as coisas funcionam nesse mundo.

Te Amarei para Sempre

Dê uma boa olhada no cartaz ao lado e seja sincero, dá ou não vontade de ver um filme só pelo olhar deste cartaz? Ainda mais sabendo que a dona deste olhar é ninguém menos que Rachel McAdams (do maravilhoso Diário de Uma Paixão). Faz muito tempo que vejo este filme nas prateleiras das locadoras e sempre tive vontade de assistir, mas sempre tive o foco desviado por outros títulos, outros temas. Desta vez acabei cedendo aos encantos deste olhar. Dona de um grande talento, a mocinha prova que não é só mais um rostinho bonito em Hollywood e ainda tem como parceiro um cara que, na minha opinião, é pouco explorado hoje em dia. Talvez a participação de Eric Bana na versão do diretor Ang Lee de HULK (e na minha opinião, aquele ar de página de gibi ficou maravilhoso!) não tenha permitido ver seu talento de forma mais consistente, mas em Troia ela dá conta do recado e seria legal vê-lo mais vezes por aí.

Sobre o filme
Um viajante do tempo (Eric Bana) se transporta de forma involuntária no tempo, sem saber para onde e quando vai, acaba encontrando uma menina que, muitos anos depois se torna sua mulher (Rachel McAdams) e descobre que ela foi apaixonada por ele por toda a vida. Ao se encontrem de uma forma inesperada, acabam se casando. Apesar de todo o transtorno que as viagens do marido, eles acabam tendo uma vida quase normal, apenas com certas peculiaridades que, apesar de conhecerem certos aspectos do futuro, só o tempo poderá resolver.
Se você acha que, pelo título, este é um daqueles romances melados, pode esquecer. Sim, ele é um romance, mas como sempre, o título em português não corresponde com o original, se bem que “A Esposa do Viajante do Tempo” não tenha o mesmo apelo comercial. O que eu pude entender, a história toda é para falar da vida justamente da personagem de Rachel McAdams, que se apaixona desde menina por um estranho e passa sua vida esperando pelo retorno do homem que ama.
Pela parte sobre as viagens no tempo, melhor não comentar muito. Já que não eram o foco da história, ficaram muitas pontas soltas e aí a história toda decepciona um pouco. Para curtir o filme, melhor esquecer esse aspecto e dar atenção mesmo ao romance. O desfecho da história é bem interessante e eu fiquei bem satisfeito com o que vi, por isso, acho que vale a pena indicar, mas acho que o público feminino pode gostar mais, então os namorados que curtem mais a pancadaria, melhor ter um pouquinho de paciência...

A Estrada

Hoje tirei o dia para falar de alguns atores que julgo injustiçados pelo mercado, falei há pouco do Eric Bana e agora é a vez de Viggo “Aragorn” Mortensen. Este à um dos poucos atores da atualidade que podem tentar suprir a falta que outros atores já consagrados farão em um futuro incerto. Como todo bom ator, Viggo Mortensen é do tipo que enche a tela quando surge em cena, tem presença forte, marcante e seria igualmente legal vê-lo em outros projetos.

Sobre o filme
Após alguma catástrofe que destruiu quase totalmente a vida no planeta, pai e filho (Viggo Mortensen e Kodi Smit-McPhee, respectivamente) seguem vagando pelas estradas, em direção ao litoral, na busca por alguma chance de sobreviver, tendo de fugir de grupos canibais e se alimentando do que puder encontrar pelo caminho.
Tá, filmes pós-apocalípticos são quase todos iguais, eu sei, mas este aqui tem algumas diferenças importantes de outros que existem por aí. A relação pai e filho é que realmente importa neste filme e é muito interessante ver que, independente das condições em que vivem, os valores passados são sólidos e qualquer mudança de atitude é questionada, não importando a situação e por este motivo, mesmo o filme tendo um tom bastante sombrio, com uma paleta de cores bem fria, é possível perceber que a maior preocupação do pai foi sempre manter a esperança viva, de que uma vida melhor os aguardava em algum lugar e que por este motivo, deveriam se manter íntegros e não violar certas regras. A gente vê muito disso por aí, quando vemos notícias de gente humilde que encontra altos valores, ou mesmo pequenas quantias de dinheiro, mas que faria toda a diferença em suas vidas, e mesmo assim, estas pessoas preferem procurar o verdadeiro dono e devolver, recebendo por recompensa nada mais que a certeza de uma noite de sono com a consciência limpa.
Aqui temos algumas participações especiais que valem a pena serem mencionadas. Charlize Theron, sempre tão linda e de um talento assombroso e o igualmente estupendo Robert Duvall, que pelos nos minutos que aparece na tela, rouba a cena e nos brinda com uma pequena mas boa dose de seu talento.
É um filme triste, quase deprimente no que diz respeito ao clima em que ele conta a história, mas interessante no sentido de debater certas ideias sobre certo e errado.