13 de jun. de 2011

Além da Vida

Há algum tempo teve início uma safra de filmes com uma temática mais espiritualizada, da qual alguns bons títulos estiveram em cartaz no nosso singelo blog (Chico Xavier, Nosso Lar, As Mães de Chico Xavier) e o último grande título da temporada 2010 não podia ficar a cargo de outro senão Clint Eastwood. Aclamado pela crítica mundial e pelo público das mais diversas idades ele consegue imprimir em seus filmes um ritmo que poucos conseguem hoje em dia. Não a toa foi através de suas mãos que Morgan Freeman ganhou seu último Oscar. Não se pode falar de cinema de qualidade nos dias de hoje sem citar Clint Eastwood. Eu pelo menos não conheço nenhum filme ruim que tenha sua assinatura e todos podem ser recomendados incondicionalmente.

Sobre o filme
Vítima do tsunami que atingiu a Indonésia em 2004, uma jornalista francesa (Cècile de France) passa por uma experiência de quase-morte e então começa a ter uma percepção diferente da vida. Demitida do emprego de âncora de um telejornal, ela passa a pesquisar sobre o tema e tem seu livro publicado, participando de uma feira literária na Inglaterra algum tempo depois.
Garoto inglês (George McLaren) luta junto com seu irmão gêmeo para esconder das autoridades as condições precárias em que vivem com a mãe drogada, para assim pelo menos manterem a família unida. Em um trágico acidente, seu irmão acaba morrendo e então ele é separado da mãe que acaba internada para deixar as drogas. Sentindo-se sozinho, ele busca incessantemente por alguma forma de contato com o irmão. Sem saber como ajudar o jovem garoto, o casal que o acolhe temporariamente o leva para conhecer um outro jovem que eles acolheram an0os atrás, que hoje trabalha emum centro de convenções onde acontece uma feira literária em Londres.
Médium americano que entende seu dom como uma maldição já que não pode tocar em ninguém (Matt Damon), resolve abandonar a prática de intermediar os contatos entre quem está ainda neste plano terreno e os que já nos abandonaram e decide levar uma vida comum, com um trabalho comum, mas acaba demitido e resolve tirar um tempo para recolocar os pensamentos em ordem e parte em uma viagem para a Inglaterra, já que gosta muito de Charles Dickens e acaba indo assistir uma audição de um de seus livros em uma feira literária.
Sim, se você me disser que o filme é bastante previsível, sou obrigado a concordar, mas apenas baseado na forma como eu o apresentei aqui. Quando eu assisti a esse filme, eu sabia por alto do que se tratava, mas não peguei logo de cara como as coisas aconteceriam no desenrolar da história, então não se preocupem muito com isso. Curtam a história, magistralmente dirigida por um dos maiores diretores da atualidade (quem poderia dizer isso nos tempos de Bronco Billy...?)
Aqui a temática espiritualista é mostrada de uma forma diferente do que estamos acostumados e ver nos filmes nacionais, já que Hollywood não conhece muito do assunto (como podemos ver em Um Olhar do Paraíso), mas é interessante quando a jornalista francesa vai visitar uma especialista em experiências semelhantes a dela e “recebe a incumbência” de ser uma voz sobre o tema, que dê credibilidade ao assunto, o que pode parecer estranho, já que o espiritismo surgiu na França.
Longe dos outros filmes aqui mencionados, este não mostra nenhuma referência com nenhuma doutrina, abrindo o caminho apenas a uma discussão sobre o tema, sem deixar de ser uma história tocante e que pode ser assistido sem contra indicações por todos os públicos. Detalhe para a cena que recria o tsunami com uma fidelidade impressionante.

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