29 de abr. de 2011

As Mães de Chico Xavier

É incrível como uma história, simples, aparentemente sem nenhum motivo para se destacar pode ser tão impactante quanto um soco na boca do estômago. Os filmes espíritas são assim. Você vai ao cinema, ou a locadora, esperando ver uma história bonita, provavelmente triste, mas não se engane, você não sairá do cinema sem uma grande lição de vida, de amor ao próximo, e isso vai te pegar de uma maneira tão forte que dificilmente conseguirá não expressar alguma reação imediata. Isso claro, se você for uma pessoa que entenda a verdadeira mensagem que o filme quer passar, se não, tudo bem, não desista, veja mesmo assim pois ainda será uma história bonita a se ver.

Sobre o filme
O filme é baseado em fatos reais e no livro “Por Trás do Véu de Ísis”, de Marcel Souto Maior (autor do livro em que se baseia o filme Chico Xavier) e conta algumas histórias que vão se entrelaçando até se encontrarem em uma só. Um casal (Herson Capri e Via Negromonte) perdem o filho que se suicida após fugir de uma clínica de recuperação de drogados. Por ter um marido distante, uma mãe (Vanessa Gerbelli) dedica toda sua vida ao filho pequeno e sofre quando ele morre em um acidente aparentemente sem riscos. Após descobrir que está grávida,uma jovem professora (Tainá Muller) recebe a notícia que seu namorado vai para a Europa e resolve abortar, quando recebe a notícia de que ele morreu em um assalto. Em um determinado momento, estas três mães buscam em Chico Xavier uma palavra de conforto para suas dores e neste momento, nos reaparece Nelson Xavier na tela, novamente interpretando o médium, e novamente com uma semelhança que chega a assustar.
Como disse no início do post, este é um filme espírita que pega bastante pela emoção, e assim como todos os outros filmes com a mesma temática que foram produzidos até agora, ele não tem a intenção de divulgar a filosofia espírita, ou de atrair pessoas para os centros em busca de curas ou comunicação com entes desencarnados. Sua única intenção é a de contar uma linda história de amor. Amor materno, amor pelo próximo, amor pela vida. Já vi muita gente criticar, dizendo que esperavam mais, outros que filmes assim são doutrinários, ou até que é oportunismo, concordo com todos.
Sim, é oportunismo, mas se o público provou que gosta de filmes assim, por que então não fazê-los? Eu sinto que no mundo há uma carência enorme de histórias que incitem ao amor, ao querer bem, a aproximar pessoas, que mal há em dar o que as pessoas querem? Sim, são doutrinários, de certa forma, afinal de contas, estes filmes não são feitos para um público específico, é feito para todos assistirem, então, não tem como não procurar informar àqueles que não conhecem o espiritismo como certas coisas funcionam, mesmo que sejam apenas as que dizem respeito ao tema do filme, até para aqueles que já conhecem a filosofia kardecista é sempre interessante ver uma opinião diferente sobre o assunto. Sim, eu também esperava mais. Como acabei de dizer, o mundo precisa cada vez mais de coisas e atos que provoquem os sentimentos de amor nas pessoas, seja da forma que for. Vivemos em uma sociedade banalizada demais, tudo é fútil, volátil e cada dia mais fast. Vemos cada vez mais e mais atos de violência contra crianças, religiões, opções sexuais, etnias. Isso tudo tem de parar, em algum momento vai ter de parar e para isso, toda palavra de amor que puder ser propagada, assim deve ser, até que o maior número de pessoas ouça e entenda, e coloquem isso em suas vidas de forma tão natural que nem percebamos. É fazer o bem não por ser o certo, mas por ser inerente ao nosso cotidiano.
Se este filme estiver em cartaz na sua cidade, vá e leve o máximo de pessoas com você, fale dele, divulgue, comente a respeito. Mesmo que você não consiga chamar ninguém, mesmo assim vá. Valerá a pena, acredite!

Um Jantar Para Idiotas

Noutro dia eu li uma matéria, dizendo que Adam Sandler é o atual rei da comédia. Longe de mim querer dizer o contrário, afinal de contas, quem disse é um crítico reconhecido no mercado e minha mãe sempre disse para eu respeitar os mais velhos, mas na minha humilde opinião, o grande nome do gênero atualmente é Steve Carell. Ele é capaz de fazer rir quando faz cara de choro, é engraçado quando tenta ser sério e ainda assim, quando precisa, ele emociona a plateia quando está em algum momento mais dramático. Definitivamente sua presença hoje em qualquer filme é certeza de um grande sucesso e de uma maravilhosa experiência para quem assiste.

Sobre o filme
Um aspirante a executivo de uma grande companhia (Paul Rudd) precisa agradar seus chefes e para isso é convidado a participar de um jantar onde cada convidado precisa levar alguém com talentos únicos e personalidade um tanto quanto excêntrica. Para se destacar no evento e conseguir a promoção, ele convida um pobre solitário que faz dioramas com ratos empalhados (Steve Carell). No meio desta confusão toda, ele fica dividido entre agradar o chefe, salvar seu noivado e preservar a amizade que nasce entre ele e seu “idiota”.
Um Jantar para Idiotas é uma excelente oportunidade para tratar de um tema bastante na moda hoje em dia: o Bullying. Claro que o filme todo é muito engraçado, e o grau de esquisitice dos convidados ao jantar realmente estimulam uma boa e velha tiração de sarro, afinal de contas um esgrimista cego e uma vidente que recebe mensagens do além de animais falecidos realmente estão pedindo para serem ridicularizados, mas no caso do personagem de Steve Carell, vale a pena analisar o que o levou a viver daquela forma e isso de certa forma pode ser feito também na vida real. Eu confesso que fui vítima de valentões na escola quando era pequeno e nem imaginava que isso tinha um nome tão esquisito, “bullying”, mas sobrevivi a isso tudo sem traumas, mas sem esquecer o que houve, o que me faz ir contra essa prática idiota de quem se julga mais esperto que os outros e acha que ridicularizando os mais fracos, consegue esconder suas falhas e seus defeitos, que seriam motivo de chacota da mesma forma que eles fazem com os outros. É a velha história do macaco que enrola o rabo e senta em cima para falar do rabo dos outros.
Além da discussão sobre o tema apresentado, esta comédia vai com certeza render muita risada com a atuação mais que impecável deste grande ator que é Steve Carell. Aluguem, assistam e divirtam-se!

Tron o Legado

Quanto tempo você acha que é o normal entre uma parte e outra de um filme? Para aqueles acostumados com Harry Potter soltando quase que um filme a cada 18 meses podem estranhar uma continuação levar só 28 anos, mas se levarmos em conta que Avatar ficou na gaveta por 10 anos até James Cameron encontrar a tecnologia ideal, então, tudo bem! O que importa é que finalmente essa tecnologia existe e permite que histórias fantásticas sejam contadas das formas mais mirabolantes possíveis e imagináveis. Ou como se diz por aí: “tá valendo!”.

Sobre o filme
Após o desaparecimento de seu pai, jovem herdeiro de um império da tecnologia recebe uma mensagem que seria de seu pai (Jeff Bridges) e vai até seu antigo fliperama, onde acaba sendo digitalizado e vai para dentro da “grade”, um mundo onde programas de computadores devem competir entre si para sobreviver. O que era para ser um mundo perfeito, construído com a ajuda de Tron e Clu (Jeff Bridges em dose dupla, quer mais?), acaba sendo distorcido pela visão de perfeição de Clu. Auxiliado por Quorra (Olivia Wilde, ai ai...), o jovem precisa sair da grade e voltar ao mundo real e evitar que Clu faça isso.
Se compararmos as duas partes, veremos que o nível da história não evoluiu como alguns acreditam que seria o correto. Mas eles continuam coesos e houve o devido respeito com as origens sem querer radicalizar. Não podemos esquecer que esta é uma produção com a chancela Disney, isso faz com que certos padrões sejam respeitados, como o de ser um filme para toda a família. Um exemplo desse respeito é que, como Tron – Uma Odisseia Digital foi um filme pré-Internet, aqui também não se fala em rede mundial de computadores, mas podemos ver algumas atualizações, como os programas de mp3 interpretados pela dupla Daft Punk, responsáveis pela trilha sonora do filme. Outra participação bem legal foi a de Michael Sheen como o programa Castor, um albino com seu sotaque britânico que rouba a cena quando surge na tela. Segundo ele mesmo diz nos extras, foi a realização de um sonho de infância.
Outra diferença que poderemos ver aqui é que as motos de luz usadas nas corridas agora não fazem só curvas em 90 graus, isso confesso que foi um pouco frustrante, pois no filme original essa parte foi tão marcante que deu origem a diversos jogos seguindo a mesma linha, mas de resto foi muito legal ver como as novas lightbikes são montadas, assim como todos os demais veículos.
Toda a parte de design do universo Tron é de encher os olhos e definitivamente valeu a pena esperar tanto tempo! Aproveite e alugue os dois para uma sessão dupla!

15 de abr. de 2011

Scott Pilgrim Contra o Mundo

De vez em quando a gente vê um filme bem doido e fica pensando, de onde vem tanta criatividade para inventar essas coisas. Uma boa fonte dessas ideias são os quadrinhos, onde a galera pode criar a vontade, já que os custos são baixos e o limite é zero. Nunca ouvi falar deste gibi, ou das histórias de Scott Pilgrim e a primeira vez que ouvi falar, fiquei com o pé atrás, mas quando descobri que Michael Cera estaria no projeto, não via a hora de assistir. Este é um jovem ator que vem se destacando cada vez mais desde seu primeiro grande filme (pelo menos que eu tenha visto) Juno. Podem apostar suas fichas como esse jovem canadense ainda vai dar muito o que falar e o veremos cada vez mais com sua cara de pobre coitado e sua voz de meninão chorão.

Sobre o filme
Jovem baixista de uma banda de garagem (Michael Cera) vive deprimido, dividindo um apartamento (e a única cama da casa) com um amigo gay, vive procurando uma oportunidade para sua banda e está se relacionando com uma jovem de 17 anos chinesa quando tem um sonho com uma garota misteriosa, que aparece em sua vida e o deixa totalmente apaixonado, mas para conseguir viver em paz com a linda moça de cabelos coloridos, tem de derrotar a estranha liga dos sete ex-namorados do mal da garota, e em uma história repleta de efeitos de video-game e rock 'n' roll, tudo pode acontecer.
Este é um filme que eu esperei minha adolescência inteira para ver, mesmo sem saber que ele existiria um dia. Repleto de rock, efeitos especiais dignos dos melhores fliperamas e um ritmo de deixar a gente meio confuso no começo, e tudo isso combinado com cenas de lutas muito bem coreografadas elaboradas faz deste um filme que tinha tudo para arrebentar, mas não sei bem o que houve, nem ele, nem Kick-Ass tiveram a devida atenção do público em geral, o que é uma grande pena, pois ambos são extremamente divertidos, abrem uma nova frente de filmes, em um gênero baseados em histórias em quadrinhos que não pertencem ao mainstream e justamente por essa origem alternativa, eles estejam totalmente descompromissados com franquias de sucesso, ou bilheterias gigantescas, mas é de se estranhar que algo alternativo não tenha tido tanta repercussão quanto tinha antigamente. Acho que estou começando a ficar velho demais...



A Batalha pelo Império

De vez em quando é legal sair um pouco do mundinho hollywoodiano e ver o que o resto do mundo tem feito em matéria de cinema. Isso a gente geralmente encontra nas locadoras na sessão de filmes estrangeiros (???), ou, de vez em quando, alguma distribuidora faz uma campanha legal de divulgação e aí o filme entra na prateleira de lançamentos juntos com os americanos (que não são filmes estrangeiros...) e os nacionais de grande impacto das bilheterias (O Contador de Histórias por exemplo, nunca vi como lançamento, fica sempre escondidinho no rodapé da estante, por exemplo).
Dentro deste espírito, um dos países que sempre gosto de visitar é a China. Adoro ouvir mandarim nas telonas desde os tempos dos primeiros filmes do Jackie Chan e agora com esse mar de dinheiro nas mãos dos chineses, eles começam a perceber que podem produzir filmes de qualidade, mas fica a dúvida: Será que uma grande produção chinesa pode ser considerado um produto xing-ling?

Sobre o filme
A Batalha pelo Império conta a história de um homem muito conhecido pelas suas frases, sempre aplicadas com bastante efeito, mas que eu nunca havia conhecido nada sobre sua vida. Confúcio foi na verdade o grande precursor da educação como conhecemos hoje, fundando as primeiras escolas tradicionais na China antiga e dedicando-se basicamente ao ensino da ética. Aqui podemos ver sua conduta sempre baseada em princípios bastante sólidos em seu trabalho como ministro do Interior. Por sua rigidez na conduta, acaba indo embora de casa, em um exílio voluntário, seguido por seus discípulos e sempre se mantendo fiel a seus princípios, mesmo nas mais duras adversidades.
A história toda de Confúcio é marcada pela ética e pela fidelidade aos seus princípios. É um belíssimo exemplo a ser seguido por qualquer um, independente de ser uma pessoa pública ou não. Ser correto, ser direito, é bom, não importa a circunstância. É preciso acabar com essa filosofia da Lei de Gérson, as pessoas precisam aprender que é fundamental valorizarmos as atitudes corretas das pessoas. Mas infelizmente, em um país onde quem devolve uma mala de dinheiro vira notícia e acaba sendo chamado de trouxa, é triste ver que as pessoas preferem ser “experrtas” e com isso, quem perde somos nós mesmo.
Boa dica para trabalhar em sala de aula.

Garota Fantástica

Hoje curiosamente falarei de dois atores da nova geração que apareceram juntos para o grande público. Falei de Michael Cera em Scott Pilgrim e agora é a vez de Ellen Page. Meu primeiro contato com eles foi no maravilhoso Juno. Coincidência ou não, Ellen Page e Michael cera repetiram o mesmo perfil de suas personagens quando trabalharam separados, ele sempre fazendo o jovem tímido e ela de garota de gostos alternativos. Sem dúvida são dois grandes nomes que frequentam telas de cinema e prateleiras de locadoras e que ainda podem oferecer muita coisa boa.

Sobre o filme
 Adolescente frustrada vivendo em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos e trabalhando como garçonete em uma lanchonete quase sem movimento (Ellen Page) acaba pressionada pela mãe para participar de concursos de beleza e acaba se sentindo totalmente deslocada, ainda mais por ter um gosto digamos alternativo. Tudo muda em sua vida quando ela conhece um grupo de patinadoras que participam de competições e acaba escondendo a idade para participar e acaba se sentindo realizada.
Como disse acima, este papel lembra em boa parte a mesma personagem vivido em Juno, coma  diferença que aqui ela não acaba grávida. Por outro lado, há todas as outras frustrações típicas da adolescência, como a perda da virgindade com um completo idiota, as discussões com a mãe sobre o futuro e até mesmo as desavenças com sua rival nas pistas (Juliette Lewis). O que talvez seja uma característica mais marcante neste filme seja a participação tripla da lindinha Drew Barrymore. Neste filme ela dirige, produz e atua, e diferente de outros atores que dirigem os próprios filmes, neste aqui ela optou por aparecer bem pouco, mostrando que possui ego e auto-estima totalmente controlados, coisa rara no meio artístico. O filme todo é bem legal, embora tenha um ar de produção barata, alternativa, mas talvez tenha sido essa a verdadeira intenção.

1 de abr. de 2011

O Discurso do Rei

Existem alguns atores que, na minha modesta opinião, sempre foram um tanto quanto injustiçados pela indústria do cinema hollywoodiana, Colin Firth é um deles. Ao lado de Paul Giamatti e Steve Carrel (que espero ver em algum drama logo) são atores de uma safra pouco valorizada, com poucos trabalhos onde possam colocar todo seu talento a mostra. Aqui não consigo imaginar outro ator que seria tão perfeito para o papel de Rei George VI, com seu rosto tranquilo e que imediatamente assume uma expressão de angústia tão real que nos faz sentir seus medos e suas dores. Neste caso, o Oscar chegou a tempo de reconhecer este talento, vamos esperar ano que vem e ver o que aparece.

Sobre o filme
No início do século XX, o Rei George V da Inglaterra estava bastante doente e seu filho mais novo, Príncipe Albert, Duque de York (Colin Firth), o representava em eventos públicos, mas sofria demais nestes momentos, pois era gago e seus discursos eram sempre uma tragédia. Por conta deste problema, sua esposa (Helena Bonham Carter) sai a caça de alguém que possa curar seu marido e encontra Lionel Logue (o grande Geoffrey Rush) que, com seus métodos nada ortodoxos, ajuda o príncipe a superar sua dificuldade e assim, assumir o trono do império britânico após a renúncia de seu irmão e comandar toda uma nação durante a II Guerra Mundial.
Logo que soube do que se tratava o filme, ele já me encantou e mal podia esperar para assisti-lo, e por sorte, não me decepcionou. Nem poderia, com um elenco destes. Já mencionei aqui que adoro filmes baseados em fatos reais, tanto que este é o gênero que mais comentei até agora, e neste filme em particular, tive conhecimento de um fato histórico que nem imaginava existir e mais, tive a real noção de o que ser rei e assumir o trono de um império como o britânico poderia representar naqueles dias. Colin Firth mostra, com todo seu talento, o que o pobre e gago príncipe Albert deve ter sentido ao assumir o trono e a responsabilidade de declarar guerra ao nazismo e liderar seu povo de forma brilhante. Dois destaques neste filme. Geoffrey Rush está magnífico e fiquei admirado com tanta ternura que ele colocava no olhar quando ousava fazer algo impensado: fazer um homem comum ficar no mesmo nível que um rei e tratá-lo como um igual. E ser tratado como um igual! Realmente fiquei admirado, apesar de não esperar menos dele. Outro destaque fica por conta de Timothy Spall, que interpreta Winston Churchill. Para quem está acostumado a vê-lo em papéis engraçados ou como Rabicho do filmes de Harry Potter, foi uma agradável surpresa assumir tão fielmente uma personalidade tão marcante da história, mesmo por poucos instantes em cena.
O filme vale por si só, independente de ter ganho o Oscar de melhor filme, mas não custa conferir se Hollywood acertou, e posso garantir que dessa vez pelo menos, eles acertaram.
Desculpe pessoal. A pedido da distribuidora do filme, o Youtube bloqueou a opção de insersão do vídeo.

Cisne Negro

Natalie Portman finalmente ganhou um Oscar de melhor atriz. Dedicação é tudo para quem busca ser o melhor no que faz e isso vale para qualquer profissão. A personagem principal deste filme é tão dedicada que pirou na batatinha, e pirou legal. Já Natalie Portman não chegou a tanto, mas sua dedicação foi digna de reconhecimento e merecidamente premiada, embora eu tenha ficado com a impressão de que não foi apenas este filme que a premiou, mas um conjunto de trabalhos onde ela mostrou seu talento e sua dedicação. Quem viu "V de Vingança", onde ela raspou os cabelos sabe do que estou dizendo e aqui podemos ver o resultado de um laboratório de um ano e meio para interpretar uma bailarina clássica. Se isso não for merecedor de prêmio, não sei o que poderia ser.

Sobre o filme
Uma jovem bailarina (Natalie Portman), se esforça para conseguir um importante papel em uma nova montagem do ballet A Morte do Cisne, onde o diretor da companhia (Vincent Cassel) opta por fazer a mesma bailarina interpretar dois papéis totalmente opostos. Durante o processo, ela passa a se sentir perseguida pela nova bailarina (Mila Kunis) e se sente muito pressionada pela mãe, tanto que passa a ter alucinações, inclusive durante sua noite de estreia.
Não entendi bem qual foi a ideia original do diretor neste filme, pois toda a história não parece ter muito nexo. Não se sabe de onde começaram as alucinações, ou de onde veio a mania de perseguição, se em algum momento é mostrado que a personagem de Natalie Portman já sofria de algum tipo de distúrbio, essa informação ficou meio perdida. O que é de se esperar de um filme em que o diretor coloca a câmera sempre atrás da protagonista, dando um certo ar de documentário. Até aí tudo bem, a ideia não é nova, mas válida, o problema é que a câmera continua nesse foco mesmo durante os rodopios da bailarina, aí minha labirintite vem feito uma louca desvairada, desse ponto em diante, fica complicado prestar atenção em alguma coisa. Fora isso, o filme é sim muito interessante e a fotografia desfocada e sem brilho mostra justamente a ideia de uma mente até certo ponto empobrecida da bailarina perdida em suas neuras, ela vê a vida exatamente como o filme na tela, sem brilho, sem cor e sem muita luz. Não é um filme fácil e corre o risco de não agradar a todos, mas vale a pena ser visto de qualquer forma.

Bruna Surfistinha

Agora é hora de a mulherada meter o pau em mim. Muita gente me criticou quando falei que iria ver esse filme, alegando que é coisa de gente baixa, que é o tipo de história de não acrescenta nada a ninguém, onde já se viu perder tempo vendo filme de sacanagem e outras bandalheiras mais. Gosto de cinema. Já vi muita coisa dessa arte. Nuca me considerei nem cinéfilo nem muito menos crítico de cinema, apenas escrevo sobre os filmes que vejo na grande maioria das vezes por falta de ter com quem conversar a respeito, portanto, pouco me importa o que digam sobre isso. Já fui criticado até por ver filmes como Chico Xavier e Nosso Lar, já me disseram que eu deveria ver filmes de terror, já falaram que perco tempo vendo tantos filmes. Não vejo filmes para me acrescentar nada, alguns o fazem por pura sorte (minha é claro), de resto, vejo filmes por diversão, então vejo o que me dá vontade, por esse motivo, dificilmente verão aqui comentários sobre filmes de terror, e para aqueles que acham total perda de tempo minha ver filmes e escrever este humilde blog, bom, já que gostam de se intrometer na minha vida, que tal vir aqui pagar minhas contas e lavar minha roupa suja? Isso ninguém quer, não é mesmo? Vamos todos participar de uma grande campanha pela vida, cada um cuida da sua, que tal?

Sobre o filme
Adolescente rebelde que se cansa da vida que leva como filha adotiva de uma família com boa situação social, Raquel, que depois vira Bruna (Deborah Secco), foge de casa e vê na prostituição a única forma de ganhar dinheiro suficiente para viver como quer. Badalada por onde anda e famosa por colocar seus depoimentos sobre clientes na Internet, acaba se entregando as drogas e passa a fazer programas apenas para satisfazer o vício, mas conseguindo se manter até que resolve largar tudo e recomeçar a vida.
Não, Bruna surfistinha não é um filme de sacanagem, mas sim, tem sim muitas cenas digamos, mais calientes, mas nada que não tenha aparecido já em um daqueles filmes porno soft que passam no cine Privê da Band nas madrugadas de sábado (eu disse que já vi muita coisa, não disse?). Baseado no livro O Doce Veneno do Escorpião, auto-biografia de Bruna/Raquel, o filme mostra as diversas fases da trajetória da garota de programa mais famosa da Internet no Brasil, mas curiosamente, este é um filme triste, deprimente, que em nenhum momento glamouriza a vida de uma prostituta, seja ela de luxo ou de um bordel muquifo do centro de São Paulo. O que vemos aqui é nada mais que uma jovem totalmente perdida na vida, em todos os sentidos. Lembram-se do que falei sobre uma juventude sem desafios? Pois Este é o resultado principal do imediatismo que nossos jovens vivem, a inconsequência que impera hoje em dia faz com que muita coisa se perca em nome desse consumismo desenfreado e dessa falta de valores tão disseminada hoje em dia. Não se pode esperar muita coisa da sociedade nos próximos 20 anos, já que os jovens de hoje não pararam para pensar no que vem pela frente. Tem uma frase legal que corre por aí que diz o seguinte: “antes de nos preocuparmos com o tipo de mundo que vamos deixar para nossos filhos, é preciso decidir que tipo de filhos vamos deixar para este mundo”. Sei que muita gente não vai querer ver esse filme pelos motivos que disse no início, mas ele é um bom instrumento para se avaliar um pouco esse mundo fast em que vivemos, em que tudo tem de ser para ontem, não importando o preço para se conseguir o que quer.

A Onda

Até onde vai a autoridade de um líder? Até onde podem ir as pessoas que decidem seguir um determinado movimento? É possível que uma ideia boa e despretensiosa tome proporções digamos catastróficas? Uma vez vi em algum lugar, não sei quem disse, que o indivíduo é tolerante, mas a coletividade é burra. Talvez isso explique atos de violência tão comuns entre torcidas em partidas de futebol, ou quando alguém faz algum ato impensado em uma manifestação. O fato é que o ser humano é um animal complicado de lidar quando em bando, a massa insana é capaz de atos inimagináveis e nos força a uma reflexão sobre o poder que algumas pessoas tem sobre a multidão.

Sobre o filme
Professor frustrado por ter de trabalhar com um tema diferente do que pretendia, resolve fazer o máximo possível para segurar a atenção dos alunos durante um projeto de uma semana onde eles estudarão regimes autoritários e ditatoriais. O que aparentemente corre de forma tranquila e pacífica, começa a se transformar em um movimento elitista promovendo a segregação dentro da escola e atraindo a atenção de outros alunos de outras classes. Como resultado, o professor acaba sendo considerado o grande líder do movimento e enfrenta grande resistência para encerrar o projeto.
Há muito, muito, mas muito tempo atrás, eu assisti a um filme na TV que, apesar de eu ser um completo moleque na época (mais do que sou hoje), me deixou assustado. Não se tratava de nenhum filme de terror ou coisa parecida, era um filme sobre dominação de pessoas. Um professor induziu uma escola toda a segui-lo como líder inquestionável e no fim as coisas acabaram saindo do controle. Quem disser que isso não assusta com certeza não conhece nada de história, nem de coisa nenhuma, pois estamos repletos de exemplos de como esse tipo de “liderança” pode terminar. Quando encontrei na locadora um filme com o mesmo nome, pensei que fosse o filme original relançado, mas para minha surpresa, este se trata de um remake do original de 1981 e para aumentar meu espanto, feito na Alemanha contemporânea, unificada e globalizada. Dá para imaginar alguém propondo um experimento deste tipo, em pleno século XXI, em um país tão marcado pela ditadura nazista de Hitler? Justamente por ser falado em alemão, a Onda seja tão impactante e tão real quando se fala de regimes fascistas.
Quando fazemos a reflexão que propus no início deste post, vemos que A Onda é um filme que assusta, pois como é citado no próprio filme, a juventude de hoje vive sem propósitos, sem desafios. É uma geração que acredita que, por terem vontade algo, então somos obrigados a ceder, segundo bem explica Mário Sérgio Cortella, e com isso em mente, imagine do que seria capaz esta juventude se devidamente liderada por alguém sem algum tipo de escrúpulo. Se por um lado é deprimente vermos nossos jovens assim, tão sem propósitos na vida, por outro lado não podemos esquecer que nossa geração não gerou nenhum grande modelo a ser seguido. Não existem grandes causas a serem abraçadas, tudo é efêmero demais, volátil demais, a enxurrada de informações que nocauteiam a juventude de hoje torna tudo descartável e não há razão em se prender a nada. Isso é lastimável, mas ainda acredito que isso nos mantenha a salvo um pouco.