13 de ago. de 2011

Sem Limites

Tem queridinho novo nos cinemas e o seu nome é Bradley Cooper, alguém duvida? Além de aparecer em cinco filmes aqui no nosso Cine Peduti (O Roqueiro, Idas e Vindas do Amor, Maluca Paixão, Esquadrão Classe A e agora este aqui), ele tem nada menos que outros cinco filmes planejados para lançamento nas telonas em 2013. Além deste jovem e talentoso ator, a lindinha da Abbie Cornish faz sua estreia neste humilde blog e em breve falaremos de outro trabalho desta jovem australiana que surge como uma boa promessa from down under.

Sobre o filme
Um candidato a escritor totalmente ferrado, passando por uma crise de criatividade (Bradley Cooper) além de viver no famoso pendura ainda leva um belo pé da namorada (Abbie Cornish) até que encontra um antigo conhecido que lhe oferece uma nova droga que promete dar acesso a 100% da capacidade cerebral de quem a consome. Como não tem mais nada a perder, resolve tomar a droga e então passa a ver o mundo de outra forma, totalmente focado em tudo o que lhe passa aos olhos e passa a ganhar muito dinheiro em sua nova condição, oque também passa a atrair a atenção de gente muito poderosa. Sendo perseguido tanto por homens de poder (Robert De Niro) quanto gangsters de rua, sua única alternativa é usar toda esta nova inteligência para se manter vivo.
O filme é bem legal, tem um bom ritmo para filmes de ação e a narrativa não é de forma nenhuma cansativa, mas... honestamente? Já havia visto isso antes. Tirando o fato de ser uma droga química e de ele usar isso em benefício próprio, de resto é tudo uma cópia hollywoodiana da excelente série Chuck. Na série de TV que chegou a passar no SBT, Chuck tem acesso a um programa de computador chamado Intersect que fica alojado em seu cérebro e ocasionalmente ele tem flahes que o tornam o melhor espião que existe, com habilidades de combate, linguísticas e lógicas que resolvem qualquer parada. Tudo bem, o cara ter acesso a 100% do cérebro é uma coisa, mas quando ele se lembra de cenas de filmes que vou quando criança e que o ajudam em uma briga no metrô, não tem como não ver a grande chupada que foi. Até a mocinha do filme, assim como na série, também é australiana, mas neste caso, a TV leva vantagem, pois Yvonne Strahovski é muito mais gata e talentosa, sem desmerecer sua conterrânea.
O filme é muito legal sim, diversão garantida e muita gente vai ficar pensando em como seria interessante ter a capacidade que o personagem principal tem, mas honestamente, prefiro o original, estou ansioso a espera da 5.ª temporada de Chuck!

RED

Bruce Willis, Morgan Freeman, John Malkovich, Ellen Mirren. Só estes nomes reunidos em um mesmo filme já seria motivo mais que suficiente para assistir, não importando que história fosse. Aí você junta mais Richard Dreiffus, Brian Cox e a gracinha da Mary Louise Parker e mais um roteiro baseado em uma graphic novel da DC comics, claro que tudo isso só poderia resultar em uma mistureba das boas.

Sobre o filme
Para encobrir um erro do passado, o vice-presidente americano resolve realizar uma verdadeira queima de arquivos entre ex-agentes aposentados da/do CIA/FBI. O que os encarregados do serviço não imaginam é que se trata dos melhores agentes que já existiram.
Como sou fã da Marvel, nunca prestei atenção muito nas histórias da DC Comics, então nem sabia da existência deste RED, mas adorei a ideia de agentes aposentados se reunindo para protegerem uns aos outros e provar que quem é bom independe de idade. Prova disso é o elenco que não deixa a peteca cair em nenhum momento.
O comentário de hoje é curto, mas o filme é ótimo! Diversão garantida a cada tiro e explosão, em grande estilo e com tudo para figurar entre os grandes filmes de ação do ano.

5 de ago. de 2011

Secretariat

Todo mundo sabe que Hollywood adora filmes com animais. O público adora, as crianças se divertem e os estúdios enchem os cofres de dinheiro. As vezes, estes filmes são usados para contar uma história real, como a gente já viu aqui e isso sempre funciona muito bem, já que todos adoram ver a relação entre humanos e animais, é algo com que muita gente se identifica, afinal de contas, é difícil encontrar alguém que não tenha alguma boa história com algum animal de estimação. São histórias de amor verdadeiro, de abnegação total, de entrega incondicional de um ser para outro e é algo muito complicado de tentar entender, melhor mesmo só aceitar.

Sobre o filme
Após o falecimento de sua mãe, a filha de um dono de haras (Diane Lane) resolve tomar a frente dos negócios e após uma partilha de crias das suas éguas, resolve entrar para o mundo das corridas de cavalos com a ajuda de um treinador um tanto quanto excêntrico (John Malkovich) e descobre que seu cavalo é um verdadeiro campeão, vencedor de diversos recordes.
Quando vi o trailer deste filme, fiquei bastante curioso, não pela história em si, mas pela participação de dois grandes atores que curto bastante, Diane Lane é, na minha humilde opinião, uma das atrizes mais lindas que já tive o prazer de assistir (lembram de Noites de Tormenta?), já John Malkovich é um cara que impressiona pela qualidade do seu trabalho, extremamente detalhista e beirando à perfeição. Quando o Felipe, da 100% Vídeo me recomendou este filme, dizendo que havia gostado bastante, foi a deixa para que eu resolvesse deixar alguns grandes lançamentos na prateleira e resolvesse pegar este filme que não teve muita expressão (nem sei se passou nos cinemas aqui no Brasil). Qual não foi minha grata surpresa ao me deparar com uma história baseada em fatos reais, onde um verdadeiro campeão é reconhecido no momento do seu nascimento. Mais que um simples vencedor de corridas, Secretariat, ou Big Red como sua dona o chamava, era um verdadeiro pop star das pistas. Ele sabia que estava sendo bajulado, fazia poses para as fotos e mais que isso, sabia muito bem o que estava fazendo. Ele era mais que um cavalo de corridas, ele encarava seus adversários no portão de largada, saia sempre atrás de todos de propósito, o danado era marrento, tinhoso, tinha personalidade forte. É interessante ver nos extras seu tratador falar que quando perdia um páreo, ele ia para o fundo da sua baia e não queria conversa com ninguém, como se ficasse remoendo o que aconteceu de errado, e na corrida seguinte, quebrava o recorde da pista, sempre. Secretariat não era só um cavalo de corridas, era um atleta de alto nível, magnífico, majestoso, e incrivelmente inteligente. Você não precisa ser um admirador de cavalos para gostar deste filme, que vale a pena cada segundo assistido e que dá vontade de ver várias vezes, de tão empolgante que é.
Este não é um filme que fala de alguém que perdeu seu animal de estimação, mas quero aproveitar este post para dedicá-lo à minha querida amiga Maria Amélia, que perdeu sua Sabra recentemente, após 19 anos de companheirismo e dedicação. Como disse no início, este é um amor incondicional, e quando uma das partes nos deixa, fica no seu lugar um vazio que jamais se preenche. À Sabra, Babaloo, Pedro, Juba, e tantos outros...

Rango

Vocês se lembram de quando falei sobre filmes de Faroeste? Pois então, de vez em quando aparece um grande filme do gênero, mesmo que a ideia seja outra. Faz tempo que não falo de animações aqui e nestas férias não dei nenhuma dica para a criançada, mas este aqui vale a pena em qualquer momento.

Sobre o filme
Abandonado em pleno deserto do Mojave pro causa de um acidente, Rango (dublado pelo excelente Johnny Depp), um simpático camaleão que sonha ser um grande ator encontra as mais estranhas figuras que vivem no deserto como se ainda vivessem no velho oeste. Ao ser nomeado xerife da cidade, ele acaba tendo de resolver o crime do desaparecimento da água e acaba lutando contra os poderosos da cidade, envolvendo seus novos amigos em uma jornada maluca e cheia de emoções.
É incrível ver a qualidade das imagens em Rango. Este é um filme verdadeiramente feito para crianças, apesar de toda a história se desenrolar como em um filme de faroeste normal. É um filme com uma trilha sonora bem séria, com praticamente todos os personagens criados de forma bastante rústica e com uma palheta de cores bem árida, e é assim mesmo que tem de ser. Tem todos os elementos de um verdadeiro filme de faroeste, como o duelo na rua principal, o saloon imundo e cheio de gente mal-encarada, tem a cavalgada ao pôr do Sol e tem o retardado do mocinho que cai de paraquedas nomeio da confusão e salva a cidade. Retardado no bom sentido, claro, já que ele lembra demais os personagens de Jack Black. Um detalhe interessante é a homenagem a Clint Eastwood feita quando Rango vai para o outro lado da estrada. Grande nome do cinema e do gênero bang-bang, ele aparece aqui com suas estatuetas do Oscar e vestido como um de seus vários personagens que fizeram justiça pelo Velho Oeste.
Este é um filme que com certeza vai agradar do netinho até o vovô, aliás, fica aqui a dica, de juntar algumas gerações da família e curtir, acompanhado de muita pipoca!

25 de jul. de 2011

O Vencedor

Grandes histórias sugerem grandes filmes, que pedem grandes atores, que acabam indicados a grandes prêmios, certo? Certo!
Já comentei aqui que o mundo do esporte é repleto de boas histórias e sempre trazem grandes lições de vida para quem assiste. Quanto aos bons atores, nem preciso falar a respeito de quem está aqui. Mark Wahlberg e Christian Bale são nomes de peso hoje no cinema e ainda que o primeiro seja demasiadamente pouco aproveitado em Hollywood, Bale tem se destacado em diversos gêneros, emplacando enorme sucesso com seu incrivelmente bem feito Batman/Bruce Wayne e levando prêmios, como o Bafta, o SAG, o Globo de Ouro e o Oscar, todos pelo seu papel neste filme que aqui comento. Outro nome relativamente novo mas que tem despontado bastante é o de Amy Adams (de Julie e Julia) que também foi indicada por seu trabalho aqui.

Sobre o filme
Micky Ward (Mark Walhberg) era um lutador de boxe que vivia a sobra de seu irmão também lutador (Christian Bale) e vivia sendo agenciado pela mãe que só acertava lutas onde o filho servia de escada para outros lutadores subirem no ranking, até que ele conhece uma garçonete (Amy Adams) e ele resolve, após a prisão do irmão, se tornar um lutador profissional e tem a chance de disputar o cinturão de campeão mundial.

Baseado em fatos reais, O Vencedor mostra muito mais que a história demais um boxeador até então anônimo, o filme mostra o drama da família que sempre apostou tudo no filho como uma saída da pobreza e acha que simplesmente isso basta. Mostra também um homem cansado de só tentar e nunca conseguir ser nada além do que sempre conheceu e mostra principalmente, a luta de um ex-lutador contra as drogas, e que vive se sustentando em uma única oportunidade que teve de fazer algo grande na vida.

Quero aqui dar um destaque mais que merecido a Christian Bale pela sua atuação, sem sombra de dúvidas merecedora de todos os prêmios que recebeu. O cara vem se firmando como um dos grandes nomes do cinema contemporâneo e tem acertado em cheio nos filmes que escolhe fazer.

Para quem gosta de um grande filme, este aqui é praticamente obrigatório, e quem gosta de uma boa luta de boxe clássico, não pode deixar de ver.



Para quem quiser dar uma olhada na luta real, coloquei aqui os últimos 10 minutos na luta entre Micky Ward versus Shea Neary.


Eu Sou o Número Quatro

Agora em 2011 está acontecendo uma grande safra de filmes sobre alienígenas, por aqui por enquanto só apareceu a bomba Skyline, mas tem muita promessa de coisa boa surgindo no horizonte, como os imensamente esperados Cowboys & Aliens e Super 8, mas que ainda levarão um tempo para chegar aqui no interior. Quando surge um assunto da moda no cinema, praticamente todos os estúdios querem entrar na onda. Quando há grandes nomes envolvidos, o resultado é bem interessante, mostrando que nem sempre um grande orçamento é garantia de sucesso.

Sobre o filme
Antes da destruição de seu planeta, seu povo envia nove escolhidos para a Terra, portadores de poderes extraordinários e acompanhados de guardiães para os protegerem e treinarem na batalha contra os responsáveis pela destruição de seu planeta. Por este motivo, devem passar suas vidas de forma incógnita e fugindo a cada ameaça de serem descobertos. Três destes seres foram descobertos e mortos pelos caçadores e agora o quarto da lista resolve se defender e parte para a briga.
O elenco deste filme não tem nenhum grande nome fora o de Timothy Olyphant (o gigolô trambiqueiro de Show de Vizinha), de resto, são todos ilustres desconhecidos, pelo menos na minha humilde opinião,mas que nem por isso o filme não é bom. A molecada dá sim conta do recado e o filme é bem empolgante, com cenas muito bem coreografadas e os efeitos são excelentes. A trilha sonora também ficou bem legal e ajuda bastante.
Apesar de ser claramente feita para o público adolescente, os mais marmanjos vão se divertir com as lutas e vai ficar esperando a sequência, já que os números quatro e seis resolvem sair a procura dos outros da lista e se unirem. Infelizmente não acredito que haverá uma sequência para tela grande, mas a deixa é bem interessante para uma empolgante série de TV. Tomara que algum canal compre essa briga, acho que vale a pena.

Amor por Contrato

Muitas vezes acontece de um ator ficar tanto tempo em um papel que acaba ficando estigmatizado pelo personagem. Depois de 9 temporadas e 2 filmes para o cinema muita gente achou que David Duchovny ficaria marcado para sempre como o eterno agente Mulder da série Arquivo X. Para a grata surpresa de todos, não foi o que aconteceu. Ainda bem, senão seu trabalho na série Californication teria sido totalmente prejudicado. Premiado pelas duas séries de TV, hoje vejo que ele tem um estilo que puxa mais para o filósofo de alcôva Hank Moody do que o neurótico agente Mulder.

Sobre o filme
Contratado para uma campanha de marketing extremamente agressiva, um vendedor de carros (David Duchovny) finge ser o marido perfeito da líder da equipe (Demi Moore), compondo uma família perfeita onde todos vivem o verdadeiro sonho americano de consumo, incentivando as pessoas a serem como eles e a ter tudo o que eles possuem.
Quando vi o trailer deste filme, fiquei bem curioso. David Duchovny não é uma figura assim tão comum nas telonas e Demi Moore há algum tempo anda meio que fora do mainstream, então seria uma boa oportunidade de vê-los. Demi Moore não me decepcionou em nenhum momento, nunca esperei grandes atuações dela e foi o que não foi dessa vez que ela me surpreenderia. Do outro lado, David Duchovny foi muito bem, trazendo para o cinema uma versão bem mais light do junkie Hank Moody, não pelo estilo de vida ou pelas tiradas fantásticas, mas pelo jeito descolado de ser, totalmente desencanado de tudo. Infelizmente o filme não entrega o que promete, pois ele não chega a ser uma comédia e ainda tem alguns momentos de conflito puxando a história para um quase drama igualmente fraco.
Vocês já estão acostumados a me ver sempre falando bem dos filmes que vejo, sendo rara uma opinião negativa de minha parte (até agora acho que só tive um filme que não recomendei), mas é que quando a gente cria uma certa expectativa sobre o filme e ele não atende nem parte do que se espera, fica sendo meio broxante. Quem quiser arriscar, é por sua própria conta.


9 de jul. de 2011

Jerry Lewis - O Delinquente Delicado

Há pouco mais de um ano, escrevi um post duplo onde comentei dois filmes de um dos maiores comediantes do cinema mundial chamado Jerry Lewis. Naquele post eu comentei sobre a importância de seus filmes para uma infância feliz e para a minha mais grata surpresa, este é meu post mais lido até hoje, o que mostra que ainda há um grande interesse nos seus filmes e que muita gente talvez pense como eu, já que raramente recebo comentários aqui no blog e este foi um dos poucos que mereceu receber um da minha amiga Monica. Para mim sempre foi, é e sempre será rever os filmes que Jerry Lewis fez e ainda há vários que ainda não havia assistido, como este aqui. Espero que este post tenha um impacto parecido ao do ano passado e prometo que semrpe que possível, trarei este pedacinho de nossas infâncias aqui para compartilhar com todos que me acompanham.

Sobre o filme
Após ser confundido com arruaceiros e detido por engano, um jovem atrapalhado (Jerry Lewis) acaba sendo escolhido por um policial para receber toda ajuda possível para deixar a suposta delinquência, quando na verdade, ele é um simples zelador de um prédio que sonha ser policial para ajudar as pessoas. Sabendo deste desejo, o policial o ajuda a entrar na academia de polícia e a se sentir valorizado e respeitado por todos.
Segundo a capinha deste DVD, este foi o primeiro filme após o fim da parceria entre Jerry Lewis e Dean Martin e talvez por ainda ser uma característica forte dos filmes da época, aqui Jerry aparece cantando, o que entre seus diversos talentos, não é lá o seu forte. Como sempre em sua carreira, este filme ele também arrisca outras responsabilidades, como roteirista, diretor e produtor do filme. Sua genialidade não pode ser comparada a nenhum outro artista, até porque, não se consegue mensurar este tipo de coisa. Charles Chaplin foi um gênio em sua época assim como Jim Carrey é agora, claro que se estivesse vivo e ainda em atividade, Chaplin com certeza seria gênio, bem como se Jerry Lewis resolvesse deixar a aposentadoria e voltar aos sets de filmagem, mas os tempos hoje são outros e não acredito que o tipo de humor que ele fazia conseguisse emplacar no grande público. Eu assistiria com certeza e tenho certeza de que muita gente o faria, mas não acredito infelizmente que fosse um verdadeiro blockbuster, o que é uma pena e só prova o que sempre comento aqui, sobre uma juventude de vida fast e sem tempo para certas poesias da vida.
Filmes de Jerry Lewis são uma das belas poesias da vida, são ingênuos por natureza, singelos por criação e magníficos como toda obra prima deve ser!
Lembrando, ainda estou fazendo a campanha de arrecadação de filmes do Jerry Lewis, se alguém quiser fazer uma doação, terá seu nome incluído em minhas orações para todo o sempre...

Assim como no outro post, fica aqui mais uma cena impagável, desta vez do filme “O Queridinho das Mulheres”, quando ele ajuda operador de som a testar o microfone.

Incontrolável

Definitivamente Denzel Washington não faz filme ruim! E se for ruim, ele salva o filme com certeza! Só não me lembro dele fazendo comédia, o resto, o cara enfrenta de boa e manda muito bem, e este acho que é seu primeiro filme dentro de um gênero bastante interessante que é o cinema catástrofe. Me corrijam se estiver enganado, mas não me lembro de outro filme em que ele tenta salvar todo mundo. Eu acho bem legal esse tipo de filme, tem suspense, ação, aventura e o final na maioria das vezes a gente já sabe qual é.

Sobre o filme
Após um erro de manobras em um pátio, um trem desgovernado sai na linha principal, carregando uma carga altamente perigosa, se tornando uma verdadeira bomba ambulante. Após quase se chocarem com o trem desgovernado, dois maquinistas, um novato (Chris Pine) e um demitido após 28 anos de trabalho (Denzel Washington) resolvem tentar deter o que é chamado de “míssil do tamanho de um arranha-céu” e partem à caça da composição.
Curiosamente, este filme é baseado em fatos reais e tem todos os ingredientes necessários para prenderem qualquer um na poltrona (ou onde quer que você se acomode para assistir filmes). O diretor deu um bom timing no roteiro, não deixando o filme perder ritmo e assim como o trem, ele só vai ganhando velocidade a cada trecho percorrido. Nos anos 80 haviam vários destes filmes feitos principalmente para a TV americana e este aqui me fez lembrar algumas sessões da tarde, mas claro que com muito mais requinte, sem falar nos efeitos principalmente sonoros, fazendo o trem desgovernado praticamente rosnar como uma besta enfurecida.
Como disse no início, Denzel Washington não faz filme ruim e este aqui é excelente! No início eu não gostava muito do trabalho dele, mas com o tempo, fui aprendendo a conhecer melhor e dar o devido valor a este que é um ator que dá grife aos seus filmes. Para os fãs de filmes de ação e cinema catástrofe, este filme é imperdível!

Machete

Existem alguns diretores que são cultuados pelo trabalho conceitual que fazem, não importando muito a qualidade visual do resultado. Robert Rodiguez é um desses diretores. Claro que, se formos analisar o retrospecto da carreira, veremos trabalhos como Sin City (2005) que visualmente é perfeito, todo rodado em chroma key, e do outro lado temos El Mariachi (1992) gravado com apenas uma câmera e com sequências fantásticas. Muitas vezes sua linha de trabalho pode ser confundida com a de seu parceiro em alguns projetos (como Sin City) Quentin Tarantino ou mesmo Zack Snider, já que esta verdadeira trinca de ases possuem talvez as mentes mais deturpadas e criativas do cinema atual. Seus filmes são quase obras de arte contemporânea, sendo que muitas vezes não são classificados em gêneros específicos (exceto claro filmes como a série Pequenos Espiões e Aventuras de Sharkboy e Lavagirl). Longe de agradar ao grande público, estes diretores possuem alguns títulos que figuram entre os mais cults do cinema atual e quem gosta de cinema, tem de ver o máximo possível.


Sobre o filme
Policial federal mexicano (Danny Trejo) tem sua família assassinada pelo rei do tráfico de drogas da fronteira com os Estados Unidos (Steven Seagal), desde então, vive clandestinamente no Texas, até ser contratado para matar um senador americano (Robert De Niro) que prega a total expulsão dos imigrantes. Auxiliado pela líder de uma rede de ajuda aos imigrantes ilegais (Michelle Rodriguez) e perseguido pela policial de imigração linha-dura (Jessica Alba), Machete acaba tentando fazer justiça com as próprias mãos e se torna uma lenda entre a comunidade local.
 
Este filme foi feito depois de uma brincadeira do diretor em um outro trabalho (Grindhouse, outra parceria com Tarantino) onde ele fez um trailer falso de um provável filme que estaria trabalhando. Muita gente viu, muita gente cobrou e o filme finalmente foi feito e o resultado foi este. Visualmente falando, Machete é bem tosco e a cena de batalha entre os vigilantes da fronteira e os imigrantes ilegais me lembrou demais uma cena parecida no filme Banzé no Oeste (1974) do grande Mel Brooks. O filme todo é carregado de frases de efeito (“Deus é misericordioso, eu não” ou “Machete improvisa”) e a sanguinolência é tremenda. Se estivéssemos nos anos 70 ou 80 este filme seria um verdadeiro clássico, com certeza censurado (como aconteceu com Cobra, de Silvester Stalone) mas isso o faria ainda mais interessante. É mentiroso? Com toda a certeza! Mas é justamente essa a graça de tudo, afinal de contas, como acreditar que um cabra macho deceparia algumas cabeças ao simples passar de uma peixeira gigante (daí o nome do personagem, Machete é uma espécie de facão mexicano). Além dos grandes nomes que citei aqui, o filme ainda conta com as presenças de Don Johnson (quem se lembra de Miami Vice?) e da lindinha, (mas bagaceira) Lindsay Lohan.

Se você não gosta de violência gratuita nem passe perto da prateleira onde Machete estiver, isso aqui é filme de macho!



3 de jul. de 2011

Esposa de Mentirinha

Ninguém duvida do talento de Adam Sandler quando o assunto é comédia, e se algumas vezes ele tentou algum projeto fora deste gênero e não se deu tão bem, logo ele veio com um grande trabalho, recompensando seus fãs com muita diversão. Outra grande estrela que se dá muito bem quando o assunto é fazer rir, é a linda Jennifer Aniston e é estranho que estes dois não tenham trabalhado juntos antes. Apesar de aparecer menos nas telonas, Jennifer Aniston é um rosto bastante agradável de se ver, não só por ser uma mulher muito bonita, mas pela sua intimidade com as câmeras, talvez adiquirida pelos anos e anos na séria Friends, enorme sucesso no mundo todo, mas que confesso, nunca me encantou muito. Em breve a teremos aqui novamente em um filme não tão engraçado, mas que vai agradar muita gente com certeza.

Sobre o filme
Após uma grande decepção amorosa, um cirurgião plástico (Adam Sandler) resolve fingir ser casado para conquistar mulheres, tendo a certeza de não as magoarem, já que sabem que ele é “indisponível”. Quando finalmente se apaixona, a moça (Brooklin Decker) encontra a aliança falsa e o dispensa. Para convencê-la de que está se divorciando de uma esposa que nunca teve, ele obriga sua assistente (Jennifer Aniston) a se passar pela megera esposa e com isso cria uma confusão enorme que acaba envolvendo os filhos da assistente e uma viagem maluca ao Hawai onde, como em toda boa comédia romântica que se preze, acontece uma grande reviravolta.
Duas surpresas neste filme, uma boa, outra não. A boa: Nicole Kidman, linda como sempre, ajuda a deixar o filme mais agradável de se ver, além das duas beldades já citadas. A ruim: Rob Schneider, sempre ótimo e parceiro de longa data de Sandler em seus filmes, sempre aparecendo em papéis que quase sempre roubam a cena, desta vez não deu o ar da graça. No seu lugar, um fraco Nick Swardson que força a amizade. A participação de Dave Mathews foi legal, mas ele podia ter cantado alguma coisa, ia ser mais legal ainda. Falando em músicas, a trilha sonora aqui é muito legal, sempre fazendo referência à diferença de gerações entre Adam Sandler e Brooklin Decker, sendo que o ponto máximo é a canção do The Police (Every Breath You Take) misturada com uma do Snow Patrol (Chasing Cars) que ficou uma verdadeira delícia de se ouvir e que vocês podem ouvir logo aqui abaixo.
Me disseram que o filme era super engraçado, acho que não me pegou em um bom dia, já que só ri pra valer mesmo umas duas vezes, mas acho que vale a pena.

Trabalho Interno

E a crise econômica de 2008 continua dando o que falar. Para quem não se lembra,ela já apareceu aqui quando comentei sobre Capitalismo - Uma História de Amor, o documentário feito por Michael Moore. O interessante dos documentários é que nem sempre quem os faz consegue se manter totalmente isento sobre o tema, a não ser aqueles do Discovery Channel sobre dinossauros ou algo parecido, fora estes, todo tema que envolve a participação humana, sempre teremos a chance de perceber, por mais sutil que seja, a opinião de quem dirige o documentário. Tem gente que acha isso incoerente, o documentarista está ali para registrar algo, não para emitir sua opinião. Eu até acho legal, gosto de saber o que os outros pensam, só depois tiro as minhas conclusões a respeito e vejo se concordo ou não, e como gosto é igual a um par de nádegas, ou seja, cada um tem o seu e é de um jeito diferente do outro, neste caso aplica-se a Lei das 3 Emas* e fica tudo certo.
*Lei das 3 Emas:
"ema, ema, ema, cada um com os seus problemas"

Sobre o filme
A crise econômica que assolou o mundo em 2008, na verdade começou a ser arquitetada há muito tempo, sendo totalmente apoiada pelos vários presidentes americanos desde Ronald Reagan e a partir daí, nunca mais a Casa Branca ficou livre dos domínios de Wall Street, acho que por isso o nome deste documentário seja justamente este, “Trabalho Interno”.
Neste filme podemos ver claramente o que Michael Moore já havia denunciado em seu maravilhoso Capitalismo. Toda a cúpula que arquitetou os esquemas que culminaram na quase falência do sistema bancário americano sempre esteve envolvida nos setores da administração federal que justamente deveria regular toda a atividade econômica. Colocaram os lobos para cuidar das ovelhas, aí a gente já sabe como termina essa história. Ainda hoje diversos países no mundo todo lutam para se levantarem. Aqui no Brasil, seja pela máxima competência do governo federal na época, seja por termos raposas mais felpudas que os outros, não importa, o que interessa é que os efeitos não foram tão nocivos, se bem que para quem está encharcado, um pingo d'água não faz diferença, já que passamos e sobrevivemos a todo tipo de crise financeira do mundo globalizado.
Por ter um aspecto mais técnico, este é um bom filme para ser utilizado em aulas de administração e economia, e como diz na capinha do DVD, é realmente assustador e revoltante como as coisas funcionam nesse mundo.

Te Amarei para Sempre

Dê uma boa olhada no cartaz ao lado e seja sincero, dá ou não vontade de ver um filme só pelo olhar deste cartaz? Ainda mais sabendo que a dona deste olhar é ninguém menos que Rachel McAdams (do maravilhoso Diário de Uma Paixão). Faz muito tempo que vejo este filme nas prateleiras das locadoras e sempre tive vontade de assistir, mas sempre tive o foco desviado por outros títulos, outros temas. Desta vez acabei cedendo aos encantos deste olhar. Dona de um grande talento, a mocinha prova que não é só mais um rostinho bonito em Hollywood e ainda tem como parceiro um cara que, na minha opinião, é pouco explorado hoje em dia. Talvez a participação de Eric Bana na versão do diretor Ang Lee de HULK (e na minha opinião, aquele ar de página de gibi ficou maravilhoso!) não tenha permitido ver seu talento de forma mais consistente, mas em Troia ela dá conta do recado e seria legal vê-lo mais vezes por aí.

Sobre o filme
Um viajante do tempo (Eric Bana) se transporta de forma involuntária no tempo, sem saber para onde e quando vai, acaba encontrando uma menina que, muitos anos depois se torna sua mulher (Rachel McAdams) e descobre que ela foi apaixonada por ele por toda a vida. Ao se encontrem de uma forma inesperada, acabam se casando. Apesar de todo o transtorno que as viagens do marido, eles acabam tendo uma vida quase normal, apenas com certas peculiaridades que, apesar de conhecerem certos aspectos do futuro, só o tempo poderá resolver.
Se você acha que, pelo título, este é um daqueles romances melados, pode esquecer. Sim, ele é um romance, mas como sempre, o título em português não corresponde com o original, se bem que “A Esposa do Viajante do Tempo” não tenha o mesmo apelo comercial. O que eu pude entender, a história toda é para falar da vida justamente da personagem de Rachel McAdams, que se apaixona desde menina por um estranho e passa sua vida esperando pelo retorno do homem que ama.
Pela parte sobre as viagens no tempo, melhor não comentar muito. Já que não eram o foco da história, ficaram muitas pontas soltas e aí a história toda decepciona um pouco. Para curtir o filme, melhor esquecer esse aspecto e dar atenção mesmo ao romance. O desfecho da história é bem interessante e eu fiquei bem satisfeito com o que vi, por isso, acho que vale a pena indicar, mas acho que o público feminino pode gostar mais, então os namorados que curtem mais a pancadaria, melhor ter um pouquinho de paciência...

A Estrada

Hoje tirei o dia para falar de alguns atores que julgo injustiçados pelo mercado, falei há pouco do Eric Bana e agora é a vez de Viggo “Aragorn” Mortensen. Este à um dos poucos atores da atualidade que podem tentar suprir a falta que outros atores já consagrados farão em um futuro incerto. Como todo bom ator, Viggo Mortensen é do tipo que enche a tela quando surge em cena, tem presença forte, marcante e seria igualmente legal vê-lo em outros projetos.

Sobre o filme
Após alguma catástrofe que destruiu quase totalmente a vida no planeta, pai e filho (Viggo Mortensen e Kodi Smit-McPhee, respectivamente) seguem vagando pelas estradas, em direção ao litoral, na busca por alguma chance de sobreviver, tendo de fugir de grupos canibais e se alimentando do que puder encontrar pelo caminho.
Tá, filmes pós-apocalípticos são quase todos iguais, eu sei, mas este aqui tem algumas diferenças importantes de outros que existem por aí. A relação pai e filho é que realmente importa neste filme e é muito interessante ver que, independente das condições em que vivem, os valores passados são sólidos e qualquer mudança de atitude é questionada, não importando a situação e por este motivo, mesmo o filme tendo um tom bastante sombrio, com uma paleta de cores bem fria, é possível perceber que a maior preocupação do pai foi sempre manter a esperança viva, de que uma vida melhor os aguardava em algum lugar e que por este motivo, deveriam se manter íntegros e não violar certas regras. A gente vê muito disso por aí, quando vemos notícias de gente humilde que encontra altos valores, ou mesmo pequenas quantias de dinheiro, mas que faria toda a diferença em suas vidas, e mesmo assim, estas pessoas preferem procurar o verdadeiro dono e devolver, recebendo por recompensa nada mais que a certeza de uma noite de sono com a consciência limpa.
Aqui temos algumas participações especiais que valem a pena serem mencionadas. Charlize Theron, sempre tão linda e de um talento assombroso e o igualmente estupendo Robert Duvall, que pelos nos minutos que aparece na tela, rouba a cena e nos brinda com uma pequena mas boa dose de seu talento.
É um filme triste, quase deprimente no que diz respeito ao clima em que ele conta a história, mas interessante no sentido de debater certas ideias sobre certo e errado.

25 de jun. de 2011

Bravura Indômita

Exite um tipo de filme do qual nunca falei aqui ainda, por ser um gênero muito pouco explorado hoje em dia. Os chamados filmes de faroeste sempre renderam grandes histórias e nos brindaram com fabulosas atuações, com alguns atores se tornando referência do gênero, como o gigante John Wayne, Yul Brynner, a dupla Bud Spencer e Treence Hill (dos famosos filmes do Trinity) que levaram humor ao Velho Oeste, sem falar em outros clássicos apresentados por Giuliano Gemma nos áureos tempos do Bang-Bang à italiana. Outro que fez também muito sucesso cavalgando em direção ao pôr do Sol foi Clint Eastwood, que de vez em quando ainda arrisca uma visita por essas bandas.
Faroeste definitivamente não é um filme para qualquer pessoa. Muito pouca gente que diz gostar de cinema, gosta de um filme assim. Eles são crus, brutais, tão há espaço para poesia ou romance. Geralmente são feitos em locações áridas justamente porque seus personagens são igualmente secos, amargos e endurecidos pela vida. Para os saudosistas, hoje deixo um presentinho. Cliquem na janelinha abaixo e ouçam o tema original de Três Homens em Conflito (The Good, The Bad and The Ugly, 1966), que talvez seja um dos filmes mais importantes do cinema mundial. Sua trilha sonora é ícone do gênero e já dá uma boa ideia do que se esperar de um verdadeiro filme de bang-bang.

Sobre o Filme
Logo após a notícia do assassinato de seu pai, a jovem Mattie Ross (Hailee Steinfeld) contrata um xerife para encontrar o assassino de seu pai e acaba encontrando  o xerife Reuben J. "Rooster" Cogburn (Jeff Daniels) e descobre que o bandido também está sendo caçado pelo sargento LaBoef (Matt Damon).  Os três então partem numa jornada da qual ninguém sairá da mesma forma que começou.
Como já disse antes, filmes de faroeste não têm espaço para poesia, então não esperem ver aqui um filme bonito. Os irmãos Coen fizeram aqui algo que acho quase impossível, claro que, reservadas as proporções, mas tudo indica que esta releitura do clássico de 1969 com John Wayne no papel do xerife Cogburn ficou muito melhor que o original. Jeff Bridges está simplesmente impecável, além do irreconhecível Matt Damon, sem falar na absurdamente profissional Hailee Steinfield, que pegou um papel extremamente difícil e que hoje, não consigo imaginar outra pessoa no papel, não a toa, a menina recebeu a indicação de melhor atria coadjuvante.
Para os fãs de cinema de verdade, este é mais um daqueles filmes obrigatórios, não só a serem vistos neste ano, mas deve figurar na lista dos melhores de todos os tempos do gênero. É um filme duro, bruto, mas de uma qualidade impressionante. Dica importante, assista em alto volume, os efeitos sonoros fazem toda a diferença.
Este post é em homenagem aos meus queridos e finados Pai e Avô, que adoravam o gênero, principalmente meu Pai, com seus livrinhos do Tex, que até hoje não entendo como alguém conseguia ler aquilo...


O Julgamento de Paris

Certos filmes têm o dom de nos transportar para o lugar onde as suas histórias são contadas e muito disso se deve à fotografia que, aliada a locações deslumbrantes e tudo isso costurado a um bom roteiro acabam nos fazendo entrar na história e quase querer vivenciar tudo aquilo que o filme nos mostra, se a trilha sonora for perfeita então, nem se fala. Tudo isso claro só entende quem realmente gosta de filmes e se entrega a fantasia que nos é oferecida, mas e quando o filme em questão nos conta uma história verídica? Talvez quem tenha vivido os fatos contados na tela nem perceba isso que acabei de falar, até porque, na vida real não tem música de fundo, mas o fato de sabermos que alguém como nós, de carne e osso, viveu algo que tenha valido a pena ser contado, isso talvez torne a magia da história ser mais palpável e nos faça ver a vida com outros olhos. Talvez isso seja verdade, talvez só mais um devaneio de um pirado que vê filmes demais, mas a verdade é que um pouco de poesia na vida da gente não faz mal nenhum e ainda torna as coisas mais fáceis e belas de viver...

Sobre o filme
Na década de 1970, mais precisamente  no ano de 76, foi promovida na França uma sessão de degustação às cegas de vinhos franceses, até então considerados os melhores do mundo, e alguns vinhos americanos da região de Napa Valley, na Califórnia, e o resultado foi que o que era apenas para promover uma pequena loja de vinhos sem muita visibilidade em Paris, acabou abrindo os olhos do mundo para vinhos produzidos nos mais diversos países e com qualidade muitas vezes inquestionável.
Quando falei sobre a fotografia do filme ser um aspecto de importância única na narrativa, é porque aqui temos a mesma sensação que se tem quando assistimos filmes como Comer Rezar AmarCartas para Julieta e Mama Mia por exemplo. Paisagens magníficas, locações deslumbrantes e cenários de sonho que fazem de qualquer história um grande prazer de ser visto. Neste caso, a paleta de cores escolhida não poderia ser mais feliz. Como diria minha grande amiga Luciana, de Campo Largo, este é um filme ensolarado! Não só pela luz escolhida, quase sempre mostrando o pôr do sol no oeste americano, mas pela trilha sonora, repleta de boa música dos anos 70, tudo coberto por tons terracota que dão um ar ainda mais sofrido à vitória conquistada pelos americanos.
Destaques neste filme ficam por conta da impecável interpretação de Alan Rickman interpretando o enólogo inglês que promove a competição, arriscando tudo para promover sua loja, a sempre boa interpretação de Bill Pullman, a debochada participação de Dennis Farina e claro, como todo bom filme tem de ter uma linda mulher, a participação de Rachael Taylor foi uma surpresa tão boa quanto todo o filme, que me foi indicado pela Karina da 100% Vídeo e que me ofereceu esta grata surpresa.

Se você gostou de Sideways: Entre Umas e Outras, vai adorar este filme! Se uma boa garrafa de Montelena não custasse algo em torno dos R$ 300,00, bem que poderia promover uma dessas degustações em casa. Deixo aqui uma feliz frase de Luiz Groff que diz o seguinte: “Não sou enólogo. Enólogo é um sujeito que diante do vinho toma decisões, eu diante decisões, tomo vinho. ”

A Mentira

Há algum tempo, um gênero de filmes que fez muito sucesso era comédia adolescente, mostrando a eterna luta para perderem a virgindade, serem populares e se darem bem no final. Para aqueles da geração American Pie, isso já era um problema muito sério nos idos tempos de Porky's. A Vingança dos Nerds (e hoje eles são moda, vai entender...) e Garota Sinal Verde. Estes filmes eram legais porque mostravam gente comum, carinhas desajustados socialmente que conseguiam se fazer enxergar pelos outros e realmente acabava tudo bem. Honestamente com essa juventude que temos por aí, não sei se esse tipo de filme faria tanto sucesso, até porque vemos uma boa safra de atores que um dia fizeram sucesso nesse gênero voltando a explorá-lo já estando mais maduros e com os mesmos resultados (A Ressaca e Gente Grande), mas o público que vê esses filmes hoje é o mesmo que via naquele tempo, então não sei como a molecada de hoje encara isso.

Sobre o filme
Garota sem muitos amigos na escola (Emma Stone) se torna popular ao deixar que garotos espalhem que tiveram alguma coisa com ela e assim acabam se entrosando com o resto da galera, enquanto ela mesma acaba sendo rejeitada. Tudo isso não seria problema se a história toda não crescesse tanto e a colocasse em um sem fim de encrencas.
Este filme de uma forma bem despretensiosa acaba divertindo bastante e trazendo boas surpresas, como a sempre interessante participação de Stanley Tucci como um paique todo adolescente gostaria de ter e um professor meio esquisito vivido por Thomas Haden Church, além de Lisa Kudrow que também dá uma passada por aqui. Outra coisa legal desse filme é que, talvez justamente por não ter grandes ambições, ele aproveita e faz uma boa e justa homenagem aos filmes sobre adolescentes que citei acima, quando a personagem de Emma Stone se queixa de a sua vida não ser como num desses filmes.
Não tem nada na TV e está sem um bom palpite p/ se divertir um pouco? Arrisque este filme aqui, é uma boa sugestão, de verdade, apesar do nome.

13 de jun. de 2011

Além da Vida

Há algum tempo teve início uma safra de filmes com uma temática mais espiritualizada, da qual alguns bons títulos estiveram em cartaz no nosso singelo blog (Chico Xavier, Nosso Lar, As Mães de Chico Xavier) e o último grande título da temporada 2010 não podia ficar a cargo de outro senão Clint Eastwood. Aclamado pela crítica mundial e pelo público das mais diversas idades ele consegue imprimir em seus filmes um ritmo que poucos conseguem hoje em dia. Não a toa foi através de suas mãos que Morgan Freeman ganhou seu último Oscar. Não se pode falar de cinema de qualidade nos dias de hoje sem citar Clint Eastwood. Eu pelo menos não conheço nenhum filme ruim que tenha sua assinatura e todos podem ser recomendados incondicionalmente.

Sobre o filme
Vítima do tsunami que atingiu a Indonésia em 2004, uma jornalista francesa (Cècile de France) passa por uma experiência de quase-morte e então começa a ter uma percepção diferente da vida. Demitida do emprego de âncora de um telejornal, ela passa a pesquisar sobre o tema e tem seu livro publicado, participando de uma feira literária na Inglaterra algum tempo depois.
Garoto inglês (George McLaren) luta junto com seu irmão gêmeo para esconder das autoridades as condições precárias em que vivem com a mãe drogada, para assim pelo menos manterem a família unida. Em um trágico acidente, seu irmão acaba morrendo e então ele é separado da mãe que acaba internada para deixar as drogas. Sentindo-se sozinho, ele busca incessantemente por alguma forma de contato com o irmão. Sem saber como ajudar o jovem garoto, o casal que o acolhe temporariamente o leva para conhecer um outro jovem que eles acolheram an0os atrás, que hoje trabalha emum centro de convenções onde acontece uma feira literária em Londres.
Médium americano que entende seu dom como uma maldição já que não pode tocar em ninguém (Matt Damon), resolve abandonar a prática de intermediar os contatos entre quem está ainda neste plano terreno e os que já nos abandonaram e decide levar uma vida comum, com um trabalho comum, mas acaba demitido e resolve tirar um tempo para recolocar os pensamentos em ordem e parte em uma viagem para a Inglaterra, já que gosta muito de Charles Dickens e acaba indo assistir uma audição de um de seus livros em uma feira literária.
Sim, se você me disser que o filme é bastante previsível, sou obrigado a concordar, mas apenas baseado na forma como eu o apresentei aqui. Quando eu assisti a esse filme, eu sabia por alto do que se tratava, mas não peguei logo de cara como as coisas aconteceriam no desenrolar da história, então não se preocupem muito com isso. Curtam a história, magistralmente dirigida por um dos maiores diretores da atualidade (quem poderia dizer isso nos tempos de Bronco Billy...?)
Aqui a temática espiritualista é mostrada de uma forma diferente do que estamos acostumados e ver nos filmes nacionais, já que Hollywood não conhece muito do assunto (como podemos ver em Um Olhar do Paraíso), mas é interessante quando a jornalista francesa vai visitar uma especialista em experiências semelhantes a dela e “recebe a incumbência” de ser uma voz sobre o tema, que dê credibilidade ao assunto, o que pode parecer estranho, já que o espiritismo surgiu na França.
Longe dos outros filmes aqui mencionados, este não mostra nenhuma referência com nenhuma doutrina, abrindo o caminho apenas a uma discussão sobre o tema, sem deixar de ser uma história tocante e que pode ser assistido sem contra indicações por todos os públicos. Detalhe para a cena que recria o tsunami com uma fidelidade impressionante.

Sexo Sem Compromisso


Ontem foi Dia dos Namorados! Também foi véspera de Dia de Santo Antônio! Noite das pessoas encalhadas fazerem suas simpatias... Enquanto isso, Hollywood lança dois filmes na contramão dos desejos casadoiros, ou pelo menos, tenta passar essa sugestão nos títulos de dois novos projetos. Um deles ainda a ser lançado é estrelado por Justin Timberlake e Mila Kunis (Cisne Negro) e chama-se “Amigos com Benefícios”. O outro é este aqui, com a lindinha da Natalie Portman (Thor e também Cisne Negro) e Ashton Kutcher (Jogode Amor em Las Vegas). Não sei porquê, mas isso sempre acontece no cinema. Alguém tem uma ideia, não necessariamente boa, e vai lá um caminhão de gente copiar.

Sobre o filme

Desiludido por sua namorada tê-lo abandonado e ir viver com seu próprio pai (vivido pelo fantástico Kevin Kline), um jovem roteirista de TV (Ashton Kuthcer) decide não se envolver mais até que encontra com uma antiga amiga de escola (Natalie Portman) que agora é uma médica de vida totalmente sem tempo para relacionamentos, eis então que os dois resolvem viver algo totalmente sem vínculo afetivo: sexo, puro e simples, sem comprometimento, sem passeios de mãos dadas, sem cobranças, simplesmente sexo. E o mais interessante é que a proposta foi dela! Tudo vai indo bem até o Zé Ruela querer colocar as coisas nos eixos e aí começa a entornar o caldo.
A ideia do filme é bem original e tem muito a ver com o título do outro filme do gênero, que citei acima. Muita gente tem optado por um tipo de amizade com benefícios, onde o nível de cobrança é atrativamente baixo, mas honestamente não confio muito nisso, em algum momento isso não vai prestar.
Apesar do título, o filme até que pega leve, até porque, acho que Natalie Portman até toparia alguma cena mais comprometedora, mas só se isso viesse com uma boa indicação ao Oscar, como aconteceu em Cisne Negro. De resto, é um bom filme para se ver bem acompanhado, pois vai oferecer assunto para bons debates acerca do tema. Aos rapazes que me acompanham, um conselho: o que sua namorada/noiva/esposa disser a respeito, concorde! Nós bem sabemos quem perde nessas conversas...

29 de mai. de 2011

Thor

God save Stan Lee!!! Again!!! Me sinto um privilegiado por poder viver em um tempo em que posso desfrutar da criatividade de pessoas como ele, afinal de contas, alguém que consegue incluir um deus asgardiano da mitologia nórdica em seu universo particular repleto de heróis e seres superpoderosos e mágicos tem de ser alguém de uma criatividade ímpar e uma mente mais que privilegiada. Pegue as histórias criadas por este simpático senhor e coloque  sob a batuta de um diretor de linhagem shakespeariana como Kenneth Branagh e já dá para se ter uma ideia do que pode acontecer.

Sobre o filme

Thor, deus do trovão, filho de Odin (Anthony Hopkins) acaba sendo banido de Asgaard por sua prepotência e vaidade, além de ter sido vítima de seu irmão Loki e por isso acaba sendo lançado ao exílio na Terra e cai quase em cima de uma pesquisadora (Natalie Portman) que o ajuda na sua busca por seu martelo Mjölnir que está em poder da S. H. I. E. L. D., agência  do governo comandada por Nick Fury (Samuel L. Jackson). O resto é pancadaria da boa.
Eu esperava algo um pouco diferente, um Thor mais maduro um pouco, o ator escolhido, não me lembro o nome e nem de tê-lo visto em algum outro filme tem um rostinho de comercial de creme dental ou coisa parecida. A sorte que o carisma do personagem conseguiu emplacar, porque o ator não tem quase nada. A presença de astros hollywoodianos como Anthony Hopkins, Rene Russo e Nathalie Portman talvez sirvam para justamente completar o que o ator principal não tem, e conseguem fazer isso de forma brilhante. Anthony Hopkins como Odin está tão magistral quando em qualquer outro papel de sua carreira, é um verdadeiro monstro que enche a tela quando surge. Como eu disse, o personagem engoliu o ator e como todo bom heróis, salvou o dia, no caso o filme. Agora só falta esperar o Capitão América no mês que vem para ver como ficará a cara do próximo filme da Marvel, Os Vingadores que será lançado em 2012. Aqui podemos ver uma breve aparição do Gavião Arqueiro.
Como de costume nos filmes da Marvel, neste também tem uma cena adicional após os créditos, mas a deste eu não entendi, alguém sabe me dizer o que tem dentro da maleta?

O Leitor

Kate Winslet já provou há muito tempo que não é só mais um rostinho bonito em Hollywood. Se pegarmos o retrospecto da moça, desde Titanic que ela vem sempre fazendo filmes excelentes, como A Vida de David Gale, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças e O Amor Não Tira Férias, só para citar alguns, fora os tantos outros que a fizeram ser indicada a Oscars e Globos de Ouro, inclusive vencendo pelo papel neste filme. O cinema está repleto de rostinhos bonitos para enfeitar as telas, mas beleza com talento é sempre bom de se ver e Kate Winslet dá sua contribuição com todo louvor a nós, reles mortais fãs de cinema.

Sobre o filme
Vivendo incógnita em uma pequena cidade da Alemanha, uma ex-guarda do exército nazista (Kate Winslet) ajuda um adolescente doente e os dois acabam se envolvendo em um tórrido caso de amor escondido que termina sem nenhuma explicação, com ela desaparecendo da vida do jovem sem oportunidade de ele se despedir. Anos mais tarde, enquanto cursava faculdade de direito, o jovem acompanha um processo de condenação de antigas guardas femininas nazistas acusadas de condenarem a morte centenas de mulheres e crianças presas em uma igreja bombardeada e eis que ele descobre sua amada no banco dos réus. Na sua fase adulta (vivido por Ralph Fiennes), aquele jovem resolve de alguma forma manter contato com sua antiga paixão até o fim de sua pena de prisão.
Como este é um filme não tão novo, acho que não tem problema eu comentar uma parte do filme que achei bastante interessante. A Personagem de Kate Winslet é analfabeta, por isso o nome do filme, porque ela pede para o menino ler os livros que ele sempre carrega, já que sempre vai para a casa dela depois da escola. Após sua prisão, e após descobrir que ela era analfabeta, o garoto, como ela o chama passa a gravar os livros e envia as fitas para a cadeia, para que ela possa continuar ouvindo as histórias e ao invés de apenas ouvir, ela usa este material e aprende a ler e escrever sozinha. É interessante pois justamente pela vergonha de reconhecer que era analfabeta que a levou para a prisão e ele, por sua vez, descobriu isso durante o processo, poderia ter interferido, mas não sabia o que fazer.
É um drama bastante interessante, que inclusive tenta mostrar um pouco da Alemanha pré queda do muro de Berlim, além de contar uma história de amor diferente do que nos acostumamos. Não é um filme para o grande público, mas é um filme que aqueles que gostam de cinema devem assistir com certeza.

15 de mai. de 2011

As Viagens de Gulliver

Jack Black está de volta! Apesar de um tempo afastado, este grande ator que tem seu próprio índice de referência aqui no blog reaparece agora em uma releitura de um clássico da literatura, o que sempre funcionou muito bem no cinema. Aliás, não só de adaptações de livros clássicos vive o cinema, os famosos best-sellers também garantem boas bilheterias, como já vimos aqui. Por um lado, isso mostra uma certa falta de criatividade de produtores e roteiristas, mas por outro, é uma excelente forma de mostrar uma nova interpretação da história já conhecida, até porque, tem muita porcaria rodando por aí...

Sobre o filme
Responsável pela correspondência de um grande jornal Gulliver (Jack Black) é apaixonado por uma das editoras do jornal (Amanda Peet) e por total falta de coragem de expressar seus sentimentos, acaba se voluntariando para uma matéria sobre o Triângulo das Bermudas, onde ele cai em uma tempestade e vai parar em um estranho país chamado Liliput, onde todos os habitantes são extremamente pequenos em relação a ele e onde o atrapalhado passa a ser visto como um grande herói, até se envolver em uma batalha com uma nação inimiga de Liliput. Gulliver então tem de reconquistar a confiança de seus novos amigos e salvar o país.
Apesar de um grande fã de ficção, tenho de confessar que nunca li este clássico da literatura mundial escrito por Jonathan Swift. Na verdade, nem cheguei a ver o último filme antes deste, feito senão em engano em 1996. Depois de ver esta versão moderna da história, fiquei bastante curioso em ler o oroginal e qual não foi minha surpresa que, ao pesquisar na Internet, descobri que o livro está disponível para acesso de forma gratuita no site do Domínio Público, um projeto do MEC que disponibiliza diversas obras livres de direitos autorais.
Este filme não é mais uma comédia de Jack Black, mas um filme de aventura bem divertido, com suas caretas e seu dom de provocar constrangimento alheio em quem assiste, tamanha a falta de noção de seus personagens, mas o legal é que este é um filme para toda a família, sem cenas apelativas ou piadas mais pesadas. É para ver com a criançada e se divertir o máximo que puder! E quem quiser conhecer o original como eu, acesse este link e baixe o livro legalmente, ou compre um volume em uma das milhares de livrarias e ofereça como um presente a uma criança, o que acaba sendo mais legal ainda se pais,mães e filhos lerem juntos!

6 de mai. de 2011

Minhas Mães e Meu Pai

Sempre que você tem um grande elenco reunido em um mesmo projeto é difícil não se sentir atraído para ver no que deu. Independente do tema abordado, o fator humano envolvido é sempre algo a se considerar quando se escolhe um filme para ver, já que grandes artistas não costumam envolverem seus nomes em roteiros meia-boca. Um filme que reune Annette Bening, Juliane Moore e Mark Ruffalo em um estranho triângulo amoroso não pode ser desprezado na prateleira. Ainda mais quando alguns dos envolvidos foram indicados ao Oscar pelo filme em questão. Juntando a eles as duas jovens revelações Mia Wasikowska (Alice no País das Maravilhas) e Josh Hutcherson (Zathura: Uma Aventura Espacial), temos então uma excelente combinação de talentos em uma história bonita, diferente e ao mesmo tempo clássica, que sempre vale a pena ser recontada.

Sobre o filme
Movidos pela curiosidade natural da adolescência, os filhos de um casal de lésbicas resolve entrar em contato com o doador de espermas para conhecerem seu pai biológico. Com a chegada  deste novo elemento, as mães dos jovens enfrentam uma crise conjugal movida pelo ciumes e pela disputa territorial pelo amor dos filhos.
Claro que o filme é muito mais que estas poucas linhas, mas fica complicado tentar falar mais que isso sem comprometer o entretenimento de quem quer ver o filme. Quando disse que esta é uma história diferente, é pelo fato de nos apresentar um casal homossexual em toda sua plenitude, com trocas de carícias, cenas de sexo e tudo o que um casal “normal” teria direito no cinema. É também uma história clássica, pois ela trata de sentimentos que envolvem uma família, seus atritos, suas discordâncias, seus perdões e o amor entre os que fazem parte dela. E é também uma história bonita porque como diz o título do livro de Shakespeare fica “tudo bem quando termina bem”.
Não recomendo este filme para pessoas de pensamento retrógrado, que acham que homossexualismo é coisa do capeta ou algo parecido. Quem aprecia arte, e cinema é sim uma forma de arte, tem de ter a mente aberta e ser receptivo ao novo, ao diferente. Lembrando que nossa Constituição reza que somos todos iguais, sem distinção de sexo, crença, etnia ou por qual time de futebol a gente torce. Assim sendo, e ainda fazendo uso das palavras de Shakespeare: “Tudo acabará bem, é o que vos digo, se palma nos baterdes. Alegria vireis achar aqui dia por dia. Bastem-vos nossas boas intenções; dai-nos as mãos; eis nossos corações.”
P.S. (Não, este filme e o autor de Romeu e Julieta não tem nada a ver um com o outro).

De Pernas pro Ar

O cinema brasileiro tem passado por uma grande fase, de bons filmes, excelentes revelações de nomes, tanto de atrizes quanto atores e diretores, mas por conta disso, acaba sendo vítima de um tipo de projeto que é bastante discutível e arriscado. Um filme do tipo “caça-níqueis” é aquele feito com nomes conhecidos, grande investimento de marketing, quase sempre feito em cima de alguma peça do elenco e uma temática interessante. Pronto! Temos agora uma grande incógnita a ser desvendada. Por um lado, pode ser um verdadeiro sucesso, mas por outro, as vezes se torna uma verdadeira bomba. Como todo mundo tem suas contas a serem pagas, as vezes é preferível arriscar em um destes projetos e ver no que dá.

Sobre o filme

Recém promovida a gerente de marketing de uma fábrica de brinquedos, uma mulher (Ingrid Guimarães) vê sua vida se transformar em um verdadeiro inferno quando uma encomenda sua acaba sendo trocada por engano por uma de sua vizinha (Maria Paula) e como se não bastasse a demissão, seu marido (Bruno Garcia) resolve dar um tempo no casamento por achar a esposa bitolada demais no trabalho. Tudo promete mudar quando ela resolve investir em um sex shop de sua vizinha, mas precisa manter segredo, uma vez que o marido acha isso tudo uma grande imoralidade.
As vezes eu me pergunto para que são contratados os diretores de fotografia em um filme, se eles não alertam aos produtores e diretores que um determinado rosto não funciona bem na telona. Vejam bem, não estou questionando aqui o talento, mas definitivamente, tem gente que fica ótima na TV, mas no cinema simplesmente não encanta. Ingrid Guimarães é uma dessas pessoas. Sem falar que a todo momento eu tinha impressão de que ela iria chamar a todos de “amado” ou “poderosa” ou qualquer outro jargão que ela costuma usar nos seus trabalhos.
O filme é engraçado? É. Ele é bem feitinho, com boa produção? É. Bruno Garcia e Maria Paula estão muito bem no filme, mas o que pega na minha opinião é mesmo a atriz principal. Tudo bem que pode ser birra minha, sei lá, nunca curti muito o tipo de humor da Ingrid Guimarães. Esse filme eu realmente peguei porquê todo mundo viu e eu quis ver o que ele tinha que tanta gente falava. Não vi nada demais e até acho que foi supervalorizado pela mídia, mas tudo graças ao vitaminado orçamento de marketing de um filme com artistas globais. Quem quiser, que veja, esse aí eu não faço tanta questão.

29 de abr. de 2011

As Mães de Chico Xavier

É incrível como uma história, simples, aparentemente sem nenhum motivo para se destacar pode ser tão impactante quanto um soco na boca do estômago. Os filmes espíritas são assim. Você vai ao cinema, ou a locadora, esperando ver uma história bonita, provavelmente triste, mas não se engane, você não sairá do cinema sem uma grande lição de vida, de amor ao próximo, e isso vai te pegar de uma maneira tão forte que dificilmente conseguirá não expressar alguma reação imediata. Isso claro, se você for uma pessoa que entenda a verdadeira mensagem que o filme quer passar, se não, tudo bem, não desista, veja mesmo assim pois ainda será uma história bonita a se ver.

Sobre o filme
O filme é baseado em fatos reais e no livro “Por Trás do Véu de Ísis”, de Marcel Souto Maior (autor do livro em que se baseia o filme Chico Xavier) e conta algumas histórias que vão se entrelaçando até se encontrarem em uma só. Um casal (Herson Capri e Via Negromonte) perdem o filho que se suicida após fugir de uma clínica de recuperação de drogados. Por ter um marido distante, uma mãe (Vanessa Gerbelli) dedica toda sua vida ao filho pequeno e sofre quando ele morre em um acidente aparentemente sem riscos. Após descobrir que está grávida,uma jovem professora (Tainá Muller) recebe a notícia que seu namorado vai para a Europa e resolve abortar, quando recebe a notícia de que ele morreu em um assalto. Em um determinado momento, estas três mães buscam em Chico Xavier uma palavra de conforto para suas dores e neste momento, nos reaparece Nelson Xavier na tela, novamente interpretando o médium, e novamente com uma semelhança que chega a assustar.
Como disse no início do post, este é um filme espírita que pega bastante pela emoção, e assim como todos os outros filmes com a mesma temática que foram produzidos até agora, ele não tem a intenção de divulgar a filosofia espírita, ou de atrair pessoas para os centros em busca de curas ou comunicação com entes desencarnados. Sua única intenção é a de contar uma linda história de amor. Amor materno, amor pelo próximo, amor pela vida. Já vi muita gente criticar, dizendo que esperavam mais, outros que filmes assim são doutrinários, ou até que é oportunismo, concordo com todos.
Sim, é oportunismo, mas se o público provou que gosta de filmes assim, por que então não fazê-los? Eu sinto que no mundo há uma carência enorme de histórias que incitem ao amor, ao querer bem, a aproximar pessoas, que mal há em dar o que as pessoas querem? Sim, são doutrinários, de certa forma, afinal de contas, estes filmes não são feitos para um público específico, é feito para todos assistirem, então, não tem como não procurar informar àqueles que não conhecem o espiritismo como certas coisas funcionam, mesmo que sejam apenas as que dizem respeito ao tema do filme, até para aqueles que já conhecem a filosofia kardecista é sempre interessante ver uma opinião diferente sobre o assunto. Sim, eu também esperava mais. Como acabei de dizer, o mundo precisa cada vez mais de coisas e atos que provoquem os sentimentos de amor nas pessoas, seja da forma que for. Vivemos em uma sociedade banalizada demais, tudo é fútil, volátil e cada dia mais fast. Vemos cada vez mais e mais atos de violência contra crianças, religiões, opções sexuais, etnias. Isso tudo tem de parar, em algum momento vai ter de parar e para isso, toda palavra de amor que puder ser propagada, assim deve ser, até que o maior número de pessoas ouça e entenda, e coloquem isso em suas vidas de forma tão natural que nem percebamos. É fazer o bem não por ser o certo, mas por ser inerente ao nosso cotidiano.
Se este filme estiver em cartaz na sua cidade, vá e leve o máximo de pessoas com você, fale dele, divulgue, comente a respeito. Mesmo que você não consiga chamar ninguém, mesmo assim vá. Valerá a pena, acredite!

Um Jantar Para Idiotas

Noutro dia eu li uma matéria, dizendo que Adam Sandler é o atual rei da comédia. Longe de mim querer dizer o contrário, afinal de contas, quem disse é um crítico reconhecido no mercado e minha mãe sempre disse para eu respeitar os mais velhos, mas na minha humilde opinião, o grande nome do gênero atualmente é Steve Carell. Ele é capaz de fazer rir quando faz cara de choro, é engraçado quando tenta ser sério e ainda assim, quando precisa, ele emociona a plateia quando está em algum momento mais dramático. Definitivamente sua presença hoje em qualquer filme é certeza de um grande sucesso e de uma maravilhosa experiência para quem assiste.

Sobre o filme
Um aspirante a executivo de uma grande companhia (Paul Rudd) precisa agradar seus chefes e para isso é convidado a participar de um jantar onde cada convidado precisa levar alguém com talentos únicos e personalidade um tanto quanto excêntrica. Para se destacar no evento e conseguir a promoção, ele convida um pobre solitário que faz dioramas com ratos empalhados (Steve Carell). No meio desta confusão toda, ele fica dividido entre agradar o chefe, salvar seu noivado e preservar a amizade que nasce entre ele e seu “idiota”.
Um Jantar para Idiotas é uma excelente oportunidade para tratar de um tema bastante na moda hoje em dia: o Bullying. Claro que o filme todo é muito engraçado, e o grau de esquisitice dos convidados ao jantar realmente estimulam uma boa e velha tiração de sarro, afinal de contas um esgrimista cego e uma vidente que recebe mensagens do além de animais falecidos realmente estão pedindo para serem ridicularizados, mas no caso do personagem de Steve Carell, vale a pena analisar o que o levou a viver daquela forma e isso de certa forma pode ser feito também na vida real. Eu confesso que fui vítima de valentões na escola quando era pequeno e nem imaginava que isso tinha um nome tão esquisito, “bullying”, mas sobrevivi a isso tudo sem traumas, mas sem esquecer o que houve, o que me faz ir contra essa prática idiota de quem se julga mais esperto que os outros e acha que ridicularizando os mais fracos, consegue esconder suas falhas e seus defeitos, que seriam motivo de chacota da mesma forma que eles fazem com os outros. É a velha história do macaco que enrola o rabo e senta em cima para falar do rabo dos outros.
Além da discussão sobre o tema apresentado, esta comédia vai com certeza render muita risada com a atuação mais que impecável deste grande ator que é Steve Carell. Aluguem, assistam e divirtam-se!

Tron o Legado

Quanto tempo você acha que é o normal entre uma parte e outra de um filme? Para aqueles acostumados com Harry Potter soltando quase que um filme a cada 18 meses podem estranhar uma continuação levar só 28 anos, mas se levarmos em conta que Avatar ficou na gaveta por 10 anos até James Cameron encontrar a tecnologia ideal, então, tudo bem! O que importa é que finalmente essa tecnologia existe e permite que histórias fantásticas sejam contadas das formas mais mirabolantes possíveis e imagináveis. Ou como se diz por aí: “tá valendo!”.

Sobre o filme
Após o desaparecimento de seu pai, jovem herdeiro de um império da tecnologia recebe uma mensagem que seria de seu pai (Jeff Bridges) e vai até seu antigo fliperama, onde acaba sendo digitalizado e vai para dentro da “grade”, um mundo onde programas de computadores devem competir entre si para sobreviver. O que era para ser um mundo perfeito, construído com a ajuda de Tron e Clu (Jeff Bridges em dose dupla, quer mais?), acaba sendo distorcido pela visão de perfeição de Clu. Auxiliado por Quorra (Olivia Wilde, ai ai...), o jovem precisa sair da grade e voltar ao mundo real e evitar que Clu faça isso.
Se compararmos as duas partes, veremos que o nível da história não evoluiu como alguns acreditam que seria o correto. Mas eles continuam coesos e houve o devido respeito com as origens sem querer radicalizar. Não podemos esquecer que esta é uma produção com a chancela Disney, isso faz com que certos padrões sejam respeitados, como o de ser um filme para toda a família. Um exemplo desse respeito é que, como Tron – Uma Odisseia Digital foi um filme pré-Internet, aqui também não se fala em rede mundial de computadores, mas podemos ver algumas atualizações, como os programas de mp3 interpretados pela dupla Daft Punk, responsáveis pela trilha sonora do filme. Outra participação bem legal foi a de Michael Sheen como o programa Castor, um albino com seu sotaque britânico que rouba a cena quando surge na tela. Segundo ele mesmo diz nos extras, foi a realização de um sonho de infância.
Outra diferença que poderemos ver aqui é que as motos de luz usadas nas corridas agora não fazem só curvas em 90 graus, isso confesso que foi um pouco frustrante, pois no filme original essa parte foi tão marcante que deu origem a diversos jogos seguindo a mesma linha, mas de resto foi muito legal ver como as novas lightbikes são montadas, assim como todos os demais veículos.
Toda a parte de design do universo Tron é de encher os olhos e definitivamente valeu a pena esperar tanto tempo! Aproveite e alugue os dois para uma sessão dupla!