28 de jan. de 2011

The Pacific

Alguém aí já teve a impressão de ter nascido na época errada? Eu sim. Adoro filmes que retratam a 2.ª Guerra Mundial e me identifico muito com coisas da época. Talvez um pouco disso seja herança do meu amado avô que me ensinou a gostar de boas coisas e sempre me contava histórias de quando lutou na Revolução Constitucionalista de 1932. Considerada uma das últimas guerras em que se conheceu o verdadeiro conceito de herói de guerra, este será com certeza um repositório infindável de excelentes histórias para grandes filmes.

Sobre o filme
The Pacific conta a história do 1.º Batalhão de Fuzileiros Navais (Marines) nas ações de guerra no Oceano Pacífico (daí o nome...) durante a 2.ª Guerra Mundial, logo após o ataque das forças japonesas a Pearl Harbor. Basicamente, ela conta a história de três soldados, John Basilone, Bob Leckie e Eugene Sledge e as batalhas travadas em Guadalcanal, Cabo Gloucester, Pelelui, Iwo Jima e Okinawa.
Considerada a mini-série de TV mais cara da história, ela teve como produtores executivos ninguém menos que Steven Spielberg e Tom Hanks, que já haviam produzido Band of Brothers (em breve aqui). The Pacific, apesar de primorosamente produzida e com a recriação de batalhas de forma tremendamente realista, a série tem como foco principal o efeito da guerra sobre os homens. Mostra claramente as decepções de cada um, os medos, o embrutecimento diante de um inimigo que lutava sob o código do Bushido e mais importante, mostra a transformação de meninos em homens diante de tanta violência. Tão importante quanto mostrar o que a guerra fez com os soldados durante os ataques, esta mini-série mostra também como foi a vida de cada um após o retorno para casa.
Pela primeira vez comento um produto feito exclusivamente para a TV. Encontrado em uma linda lata contendo o box de 6 DVDs, não deixem de ver o disco 6, que mostra depoimentos dos sobreviventes, a história de cada um deles, depoimentos de suas famílias e explica aos menos atentos o que foi a batalha no Pacífico.
Este post fica como minha humilde homenagem ao meu querido professor de História, José Martins. Um apaixonado pela história que tinha o dom de prender a atenção de quem o ouvia em suas aulas. Infelizmente nos deixou nesta semana, espero que encontre todos os grandes heróis da história onde quer que esteja...
Mais um trailer sem legenda. Essa semana não foi das melhores, pessoal, mil perdões...

Mãos Talentosas

Cuba Gooding Jr. É um cara realmente extraordinário! Seu empenho nos filmes que faz fazem com que ele encante muita gente e fez com que ele entrasse para a minha lista de atores que me levam a assistir um filme pelo simples fato de estar no elenco. Dificilmente me decepcionei com seus filmes e acho que entre vocês que me leem deve ter mais gente que goste do seu trabalho.

Sobre o filme
Mãos Talentosas conta um pouco da vida do neurocirurgião Benjamin Carson, médico famoso pelas cirurgias de separação de gêmeos siameses (ou xifópagos).
A história de vida do Dr. Bem Carson é um emocionante exemplo de superação, uma verdadeira lição de vida para todos. Negro, abandonado pelo pai, criado com seu irmão pela mãe analfabeta e emocionalmente perturbada, ele tinha tudo para desistir da vida e partir para um digamos, caminho mais fácil. Por sorte, apesar de toda a adversidade, ele entende que é necessário continuar os estudos e se esforçar cada vez mais, pois a recompensa valerá a pena, sempre!
Eu já relatei aqui que tenho a mania de assistir aos extras antes de ver o filme, e nesse caso eu incentivo a prática. Confesso que peguei o filme por ver que Cuba Gooding Jr. Está no papel principal, mas não sabia de que se tratava com exatidão. Quando vi os extras e pude conhecer mais sobre o Dr. Carson, seu trabalho, ouvir seus depoimentos sobre as filmagens, isso tudo me deixou ainda mais curioso porque sabia que este filme tinha não só um grande ator, mas também uma boa história, e um excelente motivo de ter sido feito, que é divulgar esta biografia ainda incompleta, já que  Dr. Carson inda vive e com certeza ainda seguirá operando seus milagres neste mundo.
É um filme emocionante que indico para pessoas que gostem de encontrar heróis reais dos nossos dias.


Este foi o único trailer que encontrei. Não é bem o que estamos acostumados, mas serve bem ao seu propósito.

Fahrenheit 451

Tem gente que acha que ficção científica tem obrigatoriamente de ter efeitos especiais mirabolantes e muitas vezes improváveis (como explosões no espaço), mas o que muita gente não sabe é que um bom filme deste gênero precisa apenas de uma boa história onde se basear. Ray Bradbury apesar de não ser tão conhecido do grande público, é um nome importante do gênero, pena que somente esta obra sua foi adaptada para o cinema, quem sabe um dia veremos Crônicas Marcianas nas telonas.

Sobre o filme
Em uma época incerta da história, a sociedade vive sob regras extremamente rígidas, onde todo e qualquer pensamento crítico é proibido assim como qualquer leitura. Os bombeiros, ao contrário do que conhecemos hoje, são os guardiães desta nova ordem e sua função principal é queimar todo livro encontrado ou a casa toda (no caso, só queima o que há no interior, as casas são a prova de fogo). Um belo dia, um dos bombeiros conhece uma jovem que desperta sua curiosidade para o que está escrito nos livros e ele passa a roubar alguns durante as ocorrências até ser denunciado pela própria esposa e passa então a ser caçado como um pária. Na fuga, ele encontra os homens-livros, pessoas que se dispuseram a decorar cada uma um livro diferente para garantir sua continuidade e uma possível publicação num futuro incerto.
O título deste filme é bem curioso, pois 451°farhenheit é a exata temperatura em que o papel começa a queimar, o equivalente a 232,777°Celsius e como ele fala justamente da queima de livros, o autor foi tremendamente feliz na escolha. Já há alguns anos eu li este livro, publicado originalmente em 1953 (não, eu não li a 1.ª edição, engraçadinhos...) e o filme feito em 1966 pelo diretor francês François Truffault procurou ser o mais fiel possível dentro das possibilidades da época. Infelizmente não foi possível ver o Sabujo, um cão-robô de 8 patas e as paredes de TV que tanto entretinham a esposa da personagem principal, mas a essência do livro foi bem transmitida e o filme cumpre bem seu propósito de promover um debate sobre a censura e sobre o domínio de um meio de comunicação sobre outros. Na época, Bradbury questionava o que a televisão estava fazendo com o hábito da leitura, e é interessante ver que seu argumento é atemporal, uma vez que hoje podemos acompanhar a Internet se sobrepondo aos demais meios de comunicação.
Uma curiosidade sobre o filme, a atriz Julie Cristie, vencedora do Oscar em 1966 interpreta dois papéis, como esposa e como a vizinha que enche a cabeça do bombeiro de minhocas.
Bom filme para um debate sobre liberdade de expressão e outros temas correlatos.



Desculpe galera, o trailer hoje é sem legenda. Tentei usar a do Youtube mesmo, mas ficou horrorível...

21 de jan. de 2011

Almas à Venda

Vocês se lembram de que eu gosto de filmes estranhos, e que alguns deles aparecem aqui para incomodar um pouco. As vezes, eu alugo um filme pelo simples fato de ter um determinado ator ou atriz de quem eu goste muito. Paul Giamatti é um desses atores, e quando vi na prateleira um filme onde o cartaz são várias cabeças dele abertas como se fosse uma Matryoshka, fiquei deveras intrigado e nem pensei, peguei imediatamente e fui todo feliz para o caixa. Acho que a moça da locadora deve se perguntar que tipo de pessoa pega um filmes desses... Bom, eu pego!
Sobre o filme
Preparando-se para interpretar uma personagem extremamente difícil no teatro, Paul Giamatti sente-se angustiado e bloqueado, sem conseguir sair desse bem-sem-saída. Seu agente o indica uma empresa que oferece alívio imediato a quem se encontra dessa forma e depois de relutar muito, acaba marcando uma consulta e depois disso, ele descobre que nada é tão ruim que não possa piorar.
O Filme tem um tipo de humor bem peculiar e sutil. Não estou subestimando nenhum dos meus amados e fiéis leitores, mas este não é um filme para qualquer um. Assim como outros que já postei aqui e que deixou muita gente sem entender o que eu vi neles, este aqui é um filme que considero muito especial. Um filme que te faz pensar antes de rir, que mostra uma trama louca e bem construída, inteligente e baseado pura e simplesmente no talento do ator. Ele parece de certa forma uma ficção científica, afinal, a alma das pessoas é extraída de seus corpos, mas não há nenhum efeito especial, a não ser a luz dentro da máquina, mas ao mesmo tempo é uma comédia, pois só a expressão dele eu ver que algo que pesava tanto em seus ombros é do tamanho de um grão-de-bico não dá para não ser engraçada. Por outro lado, é também um pouquinho de drama, pois mais do que uma viajem até a Rússia (daí a Matryoshka da capa), o filme mostra a jornada que ele faz para se conectar novamente com sua alma e isso de certa forma acaba emocionando um pouco.
Como disse, não é um filme fácil, mas é um excelente filme e aqueles que conseguirem enxergar isso, com certeza farão como eu, indicarão para todos que conhecem e sentirão um grande prazer em assisti-lo.

Watchmen - o Filme

Semana passada fiquei devendo nosso filme de férias para a criançada. Bom, esse aqui não é bem um filme indicado aos mais miúdos, mas uma galerinha mais crescidinha com certeza vai curtir, principalmente os fãs de histórias em quadrinhos, ou os deliciosos gibis.
Sobre o filme
Depois de uma longa temporada fora de circulação, um grupo de mascarados combatentes do crime voltam a se reunir após a morte de um integrante do grupo e que coloca todos sob grande ameaça.
Confesso que nunca li os gibis dessa série, DC Comics nunca foi meu forte. Tirando os especiais do Batman e a saga da morte do Superman, o resto nunca me atraiu muito. Por este motivo, fiquei com um certo receio de ver este filme e ficar boiando sem entender nada, mas o diretor Zack Snider conseguiu fazer um filme muito bem explicado para os não-iniciados no universo DC, e convenhamos, o cara é bom no que faz, ainda mais quando a matéria-prima é de primeiríssima qualidade. Não podemos esquecer que em 300, ele simplesmente pegou um clássico dos quadrinhos primorosamente concebido por Frank Miller e compôs uma obra-prima nas telonas. Agora, com esta série de Alan Moore ele repete a dose e recria com muito capricho a realidade alternativa de 1985, num mundo onde seres fantásticos e governantes improváveis (Richard Nixon ainda governa os EUA neste universo paralelo) habitam um mundo a beira do caos nuclear.
Watchmen traz muita referência de outros grupos de super-heróis, como um simples mortal capaz de desvendar os mais obscuros segredos, ao ser mais poderoso do planeta que constróis sua fortaleza da solidão, sem esquecer da gostosa de roupa colada e boa de briga (garotas, me desculpem o linguajar, mas este post é voltado aos eternos moleques como eu, hehehe...). Mesmo assim, consegue ser inovador em outros aspectos, já que pela primeira vez a DC mostra uma história ocorrida em locais conhecidos, o que geralmente é feito no Universo Marvel (God Save Stan Lee). O destaque aqui fica para Dr. Manhatan, que se torna onipotente graças a um acidente atômico (quem adivinhar porquê ele adota esse nome, ganha um saquinho de piruá) e a presença deslumbrante de Malin Akerman no papel de Espectral II, filha da Espectral original. Alguém arrisca um palpite sobre o destaque que ela merece?

A Banda

A vida tem coisas realmente inusitadas. Quando menos se espera, alguém surge na nossa frente com uma surpresa de encher nossos olhos e nos coloca no rosto um sorriso bobo, de criança que ganha algo inesperado.
Certo dia, conversando sobre filmes com uma querida amiga, comentei sobre um filme do qual eu havia visto o trailer mas que nunca encontrava nas locadoras. Conversa vai, conversa vem, ela me pergunta qual o filme e quando disse o nome, ela solta um “eu acho que tenho” que me fez duvidar um pouco, afinal de contas, não era nenhum grande sucesso do cinema, nem tinha nenhum galã no elenco. Pois não é que no dia seguinte a danadinha me aparece com uma caixinha do filme que eu havia falado? Tenho de reconhecer que ela me pegou de surpresa e com isso me deu um final de semana muito feliz, quando pude conferir aquele filme e ver que ela era tudo o que eu esperava. Damaris, muitíssimo obrigado pelo maravilhoso presente que me deu! Você me mostrou que atrás de cada curva da vida, sempre podemos ser surpreendidos por pessoas fantásticas e que fazem de horas na sala dos professores um tempo que nem sentimos de tão bom que foi! A propósito, me desculpe de novo por aquele susto...
Sobre o filme

Durante uma viajem para uma apresentação, uma banda da polícia egípcia se atrapalha com a pronúncia e acaba indo para a cidade errada em Israel e têm de esperar até o dia seguinte para pegar o próximo ônibus e chegar a tempo. Nestas 24 horas, eles são acolhidos por um grupo de moradores e a diferença de culturas os coloca em situações no mínimo inusitadas.
A Banda é um filme que não sei como classificar, pois ao mesmo tempo em que ele nos faz rir, também nos emociona. É um filme repleto de poesia e mostra que as diferenças culturais são barreiras engraçadas de se derrubar quando não há outra forma. Este filme é uma produção Israelense e foi uma grande surpresa. Quando vi seu trailer pela primeira vez, já fiquei curioso para assistir, já disse aqui que tenho um gosto meio estranho para filmes e não conheço muita gente que curta uma produção do oriente médio, na verdade acho que o grande público nem imagina que se produzam filmes fora de Hollywood e ainda acha que filme brasileiro só tem palavrão e mulher pelada.
Recomendado para pessoas de grande sensibilidade e que estão sempre atrás de uma boa história para ver.

14 de jan. de 2011

Bastardos Inglórios

Quem gosta de cinema, mas gosta de verdade, já viu pelo menos um filme dirigido por Quentin Tarantino. Viu e adorou! Este cara tem uma visão totalmente diferente de tudo o que estamos acostumados a ver nas telas. Minha primeira experiência foi “Um Drink no Inferno”, onde ele atua com Geroge Clooney além da mexicana mais linda do mundo, Salma Hayek. No “Um Drink...”, Tarantino apenas atuou e fez o roteiro, mas foi dirigido por outro louco que tem a mesma visão que ele, um tal de Robert Rodriguez e quando os dois se juntam, é certeza de adrenalina a mil!

Sobre o filme
2.ª Guerra Mundial, França. Atrás das linhas inimigas, um pequeno pelotão de soldados quase que exclusivamente judeus (com exceção de um oficial alemão desertor e de seu comandante que jura ser descendente de índios americanos, interpretado por Brad Pitt), chamados de bastardos pelos alemães, segue pregando o terror entre as forças nazistas, com seu modus operandi nada convencional, não fazendo prisioneiros e sempre gravando uma suástica na testa daqueles que deixam viver. Numa oportunidade única, eles tem a chance de acabar com a guerra, matando todo o alto comando nazista, incluindo Hitler. Infelizmente, nem tudo sai como planejado, mas o objetivo é alcançado.
O filme tem uma fotografia maravilhosa! A Palheta de cores escolhida dá o tom exato e Tarantino é um verdadeiro maestro no seu trabalho com os atores. É nítida a satisfação de Brad Pitt neste filme, onde ele está totalmente fora de seu habitat natural mas parece ter nascido para trabalhar desta forma. Outro que para mim foi uma surpresa maravilhosa encontrar neste filme é Mike Myers. Mesmo em uma aparição bastante rápida, ele pôde mostrar que é sim capaz de fazer muito mais do que simples comédias de sessão da tarde, como todo ator de comédia, o cara é versátil e não deixa nada a desejar, muito pelo contrário.
O filme, apesar de tarantinescamente violento, também é da mesma forma divertido e consegue envolver em uma trama surreal que só a mente de um louco seria possível conceber.
 

Guerra ao Terror

Quem disse que filme de guera tem de ser feito só de explosões? E quem disse que mulher não sabe dirigir filme de guerra? Sabe sim! Tanto sabe, que Kathryn Bigelow levou os Oscars de melhor filme e melhor direção, desbancando o ex-marido James Cameron. Quem será que mandava nessa casa mesmo? Hehehe...
Sobre o filme
Guerra ao Terror narra os últimos dias de um grupamento de peritos em desarmamento de bombas atuando no Iraque durante a ocupação americana.
A grande sacada do filme não são os efeitos especiais, que apesar de não serem mirabolantes, ficaram excelentes, mas sim mostrar o conflito psicológico do soldado americano que não sabe o que está fazendo nessa guerra que ele não declarou, mas que acaba ficando tão arraigada na sua personalidade que, quando tem uma oportunidade de sair, acaba voltando.
Kathryn Bigelow se valeu muito bem desse lado emocional da guerra e na minha opinião, deixou uma coisa bem clara sobre o porquê os Estados Unidos não conseguem ganhar nunca essa guerra que consegue ser tão ou mais estúpida que suas anteriores. Os soldados americanos não estão lá por ideologia, por defender algo em que acreditam. Estão lá lutando apenas para sair vivos de lá o quanto antes. Por conta deste instinto de sobrevivência pura e simples é que as coisas vão de mal a pior nessa insanidade. Guerra ao Terror mostra bem isso. Não há um sentido na luta, apenas o de sair vivo e tentar salvar seus companheiros. E se não der para salvá-los, paciência, daqui há pouco tem outro no lugar.
Não ganhou o Oscar a toa, merece sim ser não só visto, como também alguma reflexão sobre o assunto.

TRON - Uma Odisseia Digital


Engraçado como são certas coisas na vida. Hoje, quando procuro um filme de ficção científica, busco sempre por aquele que tenha a melhor história, não necessariamente sendo o que tenha os melhores efeitos especiais, mas quando era molecote, só queria ver filmes cheios de efeitos, quanto mais, melhor! Voltemos um pouco então no tempo e vamos ao ano de 1982. Computadores eram objetos gigantescos e jogos eletrônicos só mesmo os dos antigos fliperamas ou então na casa daquele primo ou vizinho rico que tinha um dos famosos tele-jogo, coisa de rico. Sai então a notícia sobre um filme feito praticamente todo em computação gráfica (na época, ninguém nem imaginava o que isso seria...). Claro que a curiosidade foi enorme, e quando saiu, até que teve seu lugar ao sol, até aparecer um pequeno ser que só queria ligar p/ casa e voar de bicicleta, aí pronto! Era uma vez um filme que tinha tudo p/ ser um tremendo sucesso comercial, mas que acabou sendo só adorado pelos fãs de ficção.
Sobre o filme
Um programador (Jeff Bridges) de uma grande empresa desconfia de que algo muito grande está acontecendo quando percebe que suas ideias estão sendo roubadas e ele acaba demitido. Quanto tenta invadir o sistema da empresa, acaba sendo digitalizado e transportado para dentro do computador, onde descobre que programas são forçados a se lutar em uma arena em jogos de vida ou morte e assim são assimilados pelo sistema que planeja controlar todo o mundo.
Parece bobinho, né? Na verdade, hoje em dia até poderia mesmo ser considerado quase infantil, mas na época de seu lançamento, TRON fez um grande sucesso entre os fanáticos do gênero, mas como disse, pena que ET saiu um mês depois e o desbancou. Mesmo assim ele conseguiu ser elevado ao status de cult e embora seus efeitos especiais hoje possam ser facilmente repetidos em qualquer computador doméstico por quem se dispuser a fuçar um pouco mais. E para aqueles que ainda podem insistir que o filme tem um visual “tosco”, esperem 28 anos e me digam o que pensam sobre o hoje tão falado “Avatar”, combinado?
Depois de tanto tempo, saiu uma continuação de TRON, dessa vez abusando dos efeitos 3D e eu tô doido para ver, pena que o cinema daqui não tem essa tecnologia. Para quem foi ver e não entendeu muita coisa, aconselho pegar esse aqui que vai ficar bem mais fácil de entender.

7 de jan. de 2011

Senna

O que se pode falar de um ídolo? Há palavras que podem dizer o que se sente? Há sentimentos que podem ser descritos com palavras? Ver AIRTON SENNA na tela do cinema, sendo mostrado não só o piloto, mas o homem, o filho, o irmão, o cidadão brasileiro orgulhoso do seu país, é uma emoção que não cabe no peito, hoje chorei feito criança no cinema.
AIRTON SENNA deixou este plano em 94. Eu ainda não era tão fã assim de corridas, mas assistia sempre que dava, e justamente por causa dele. Infelizmente eu tinha apenas 21 anos e passava boa parte das manhãs de domingo dormindo por causa das baladas (na época não tinha esse nome) de sábado, mas algumas corridas eu fazia questão de ver, como as de Mônaco, do Brasil, do Japão, outras, acabava vendo uns pedaços quando acordava. Se arrependimento matasse...
AIRTON SENNA foi mais que um piloto de fórmula 1. Ele foi namorado da Xuxa, antes da Sasha. Foi namorado da Adriane Galisteu quando ninguém nem sabia quem ela era. Foi o calo na vida de um francês enjoado chamado Alain Prost e nas palavras de um outro cara fantástico nesse esporte chamado Niki Lauda "ele foi o melhor piloto que já existiu". Mas mais importante que tudo isso, AIRTON SENNA foi o ídolo de um povo sofrido, que não tinha mais motivo nenhum para sorrir. A inflação era galopante e incontrolável (em 1989 era de 1.782,90%, hoje é de 6,24%, alguém consegue comparar?). O povo sofria com a falta de alimentos nos mercados, com a especulação financeira, com o confisco da poupança, nada dava mais alegria a esse povo do que ver um dos seus sendo o maior do mundo em alguma coisa. e ele sabia disso, sua vitória no Brasil em 93 foi o maior exemplo disso tudo. Com apenas a 6.ª marcha funcionando, chovendo, ele conquistou sua única vitória em casa e com isso, o povo percebeu que poderia fazer como ele. Se o maior piloto do mundo estava enfrentando tantas dificuldades e conseguiu vencer, o povo também conseguiria. Isso hoje, para uma juventude relativamente sem desafios, que banaliza muito a vida, pode não ser lá grande coisa, mas para um povo sem esperanças, isso significou muito, aqueles que me são contemporâneos entendem o que estou dizendo. Este filme retrata muito bem o que AIRTON SENNA representou para o povo brasileiro e para o esporte.
O filme SENNA nos mostra um Airton moleque ainda, correndo atrás de um sonho, mostra um cara normal como outro qualquer andando de moto com a namorada, mostra um homem engajado em uma causa, querendo condições melhores para todos e isso o aproxima de nós, e essa aproximação tem um propósito, pois só assim, entendemos que um ídolo pode morrer. Nessa parte do filme, meu amigo, confesso que o bicho pegou feio para o meu lado no cinema.
Todo o filme segue uma ordem cronológica e a cada etapa, sabemos que ficamos mais perto daquele trágico 1.º de maio de 1994. Quando aparece na tela o circuito de Ímola, foi difícil segurar as lágrimas, preferi segurar os soluços. Para aqueles que tem um pouco mais de fé e entende que em algumas circunstâncias da vida algumas poucas pessoas sentem com antecedência que algo vai acontecer, é nítica a impressão de que ele sabia que algo muito grande estava reservado para aquele final de semana. Ele sabia. Quando Viviane, sua irmã relata que ao se levantar no domingo de manhã, AIRTON SENNA abriu a bíblia pedindo a Deus que lhe desse algo e ele leu que Deus lhe daria o maior dos presentes, que era Ele próprio, alí a sorte já estava lançada e não tem como segurar a emoção. A cada vez que vejo a cena do acidente, sinto exatamente o mesmo impacto do dia em que ví isso ao vivo. Não tem como ser diferente! O depoimento do médico, dizendo que presenciou seu último suspiro, essa cena então é como um tiro de misericórdia em quem está na plateia.
Desculpem se hoje não teve o "sobre o filme" de costume, o post todo hoje foi sobre o filme e não tinha como ser diferente. Peço também que me perdoem por abusar da boa vontade dos poucos que leem o que escrevo, mas não tinha como não prestar esta minha humilde homenagem a um cara que, como poucos, me dá um prazer enorme e um orgulho sem tamanho de ser brasileiro como ele!

The Runaways - Garotas do Rock

Alguém aí se lembra daquela linda menininha, loirinha do maravilhoso filme "Uma Lição de Amor"? Pois é, Dakota Fanning está crescendo, e aquela pequena grande atriz que estava surgindo em 2001, agora se firma cada vez mais como uma estrela de 1.ª grandeza da nova safra, nos dando a garantia de que teremos gente talentosa exercendo a sétima arte. Outra que está crescendo muito e ainda tem um grande futuro pela frente é Kristen Stewart. Quem gosta de cinema pode ficar tranquilo que estaremos bem atendidos de atrizes num futuro próximo.

Sobre o filme
Na década de 1970, o cenário do rock fervilhava com uma avalanche de bandas, mas praticamente nenhuma participação feminina (com exceção de Suzi Quatro), então uma menina chamada Joan Jet (Kristen Stewart) procurou um famoso produtor e propôs um projeto de uma banda de rock formada só por meninas e depois de algum tempo, eis que surge The Runaways, um bando de adolescentes tocando rock de primeira como se fossem gente grande.
Filmes que contam a história de bandas de rock são sempre muito interessantes, principalmente por 2 motivos, primeiro é que não é toda banda que merece ter sua história contada no cinema e a segunda é que a gente sempre fica sabendo uma ou outra coisa nova sobre quem faz as músicas que a gente gosta de ouvir.
Não, não sou um fã das Runaways e só ouvi algumas coisas da Joan Jet e da Lita Ford (por que ela não aparece tanto no filme?) nas suas respectivas carreiras solo e olhe lá. Mas o que me deixou curioso nesse filme foi justamente ver o trabalho de atrizes tão novas como Kristen Stewart e Dakota Fanning numa história tão densa, e claro que não poderia ser diferente, elas arrebentaram. O filme todo ficou mais focado na relação da vocalista da banda Cherie Currie (Dakota Fanning) com a fama e com Joan Jet, talvez por isso, se mudassem o nome do filme para Cherie Bomb (a música que elas compôem no início da carreira), talvez não atraísse tanta atenção, mas não mudaria em nada e talvez até desse mais sentindo ao filme.
Pelo trabalho das atrizes, o filme é perfeito, mas confesso que pela história, esperava mais, mesmo asism, se você é um rockeiro das antigas, vale a pena com certeza!

Amor Sem Escalas

Alguém sabe me dizer por que todo mundo gosta de George Clooney? A mulherada eu até entendo, afinal de contas, o cara é boa pinta, charmoso e tal. Mas e os homens, alguém sabe me dizer por que também gostam dos filmes com ele? Simples, ele é tão natural na tela que muita gente acaba se identificando com ele. Definitivamente canastrão é um termo que passa longe da carreira dele, que se envolve em todo tipo de projeto, já fez rir, fez chorar, vez todo mundo achar que o mundo ia explodir, já se ferrou muito, e tudo isso faz com que seus filmes estejam sempre no topo das listas de bilheterias e locadoras.

Sobre o filme
Ryan (George Clooney) é um especialista em demissões. Seu trabalho é visitar os clientes de sua empresa e demitir os funcionários que os executivos não tem coragem de mandar embora. Com isso, ele também se especializou em viajens aéreas, tanto que tem um objetivo de atingir 10 milhões de milhas no programa de fidelidade (e nesse ponto, o filme parece um comercial da American Airlines). Durante suas viajens, ele conhece uma mulher com o mesmo perfil que o seu, solitária, independente e viajante. Ryan tem um esquema perfeito em sua vida, até que começa a pensar em se fixar em um lugar e procura essa mulher para quem sabe ter uma relação estável e aí, as coisas mudam um pouco.
Se você, minha fiel leitora não consegue fazer seu marido/namorado/sei-lá-o-quê assistir um romance, este talvez seja o filme ideal para ele começar a gostar do gênero. Aqui, Clooney mostra um estilo de vida que todo cara gostaria de ter, independência total, cada dia em um lugar diferente, essas coisas. Este filme foi cotado como o filme do ano em 2009 e ele realmente é muito bom! É bem verdade que por ele mostrar sempre George Clooney tão sozinho, o filme é bem melancólico, e a trilha sonora acaba ajudando bastante, mas fora isso, a história é muito bonita e legal, principalmente quando ele atinge os 10 milhões de milhas.
Uma coisa com a qual me identifiquei muito com a personagem de Clooney é que ele tem uma certeza na vida, uma convicção que todos insistem em mudar, dizendo que ele está errado, mas quando ele resolve virar sua vida de cabeça para baixo, descobre que esteve certo a vida toda, e que as pessoas é que deveriam ouvi-lo mais. Algumas vezes eu passo por isso e posso dizer que é um tanto quanto irritante. Quem ver o filme, vai entender o que quero dizer.

1 de jan. de 2011

Cartas Para Julieta

Amanda Seifried tem tido sorte nos seus últimos filmes. Primeiro ele apareceu aqui no Cine Peduti no ótimo Mama Mia e agora ela volta em um romance daqueles bem gostosos de assistir, com um cenário maravilhoso e com uma história que empolga e é envolvente.
Este é o primeiro post do ano e foi indicado por uma grande amiga de Sorocaba, Elaine Cristina, com ela tive boas conversas sobre filmes, música, livros, etc., e me ensinou muita coisa. Fica aqui então a homenagem a essa grande amiga e que continuemos trocando ideias e experiências por muito tempo.

Sobre o filme
Durante uma viajem de férias com seu noivo, e que deveria funcionar como uma pré-lua de mel, uma jovem jornalista encontra a Casa de Julieta, um lugar sagrado para as mulheres apaixonadas que buscam algum conforto ou conselho para suas vidas amorosas, escrevendo cartas e as fixando no muro. Curiosa sobre o caso, ela acaba conhecendo as Secretárias de Julieta, voluntárias que respondem a todas as cartas deixadas no muro e acaba se unindo ao grupo, quando descobre uma carta deixada no muro há 50 anos e resolve responder. Daqui em diante, sua vida acaba envolvida em uma jornada em busca do verdadeiro amor, sem perceber que sua própria vida está mudando e tudo o que acredita ser certo na vida, acaba sofrendo uma enorme reviravolta.
Não tem como não comparar este filme com o maravilhoso "Sob o Sol da Toscana", com a linda Diane Lane, mas as semelhanças terminam no cenário, já que os dois filmes foram rodados em locações extremamente parecidas e acredito até que próximas. De resto, as coisas são bem diferentes e os dois filmes são adoráveis!
Algumas coisas não podem passar despercebidas nesse filme. Uma delas é a locação deste filme. Toda a região da Toscana tem cenários magníficos e apaixonantes! Todos aqueles vinhedos e suas construções seculares formam uma das paisagens mais belas que já ví no cinema. Um dia, quando eu crescer, quem sabe eu tenha a oportunidade de ir ver pessoalmente.
Outro destaque aqui é a participação mais do que especial da premiadíssima Vanessa Redgrave. Infelizmente não tenho o conhecimento necessário para falar o que essa atriz representa para o cinema, mas basta vê-la em cena e entender porquê ela enche a tela quando aparece. Sem sequer abrir a boca, ela é capaz de expressar no olhar todo o sentimento que a história quer passar e ainda mais! Tomara que outros diretores a coloquem em seus filmes até para que as novas gerações de atrizes tenham o prazer de aprender algo com quem realmente sabe o que faz em cena. De lambuja, ela ainda contracena neste filme com seu marido na vida real, o não menos importante na história do cinema, Franco Nero.
Dica para as mulheres: convençam os homens a assistir! Dica aos marmanjos: não custa nada amolecer de vez em quando, este filme vale a pena!

O Contador de Histórias

Quer fazer um bom filme no Brasil? Experimente fazer uma biografia! Tem muita gente interessante por aqui com histórias de vida fantásticas! O próprio Chico Xavier é um bom exemplo de que essa receita pode dar certo. Junte a isso uma equipe técnica e um diretor que se apaixonem pelo roteiro e está pronto um grande filme nacional. Infelizmente, nem todo mundo pensa assim, e quando alguém pensa, tem de suar a camisa para cair no gosto do povo, e essa, meus caros, é a hora das injustiças acontecerem...

Sobre o filme
O contador de Histórias nos traz a vida de uma pessoa que tinha tudo para ser só maus um na multidão. Roberto Carlos Ramos foi um interno da FEBEM que foi considerado irrecuperável pela instituição e fugiu da unidade em que estava mais de cem vezes. Um dia, encontrou uma pedagoga francesa que fazia uma pesquisa n instituição e desse dia em diante, sua vida se transformou radicalmente. Hoje, Roberto é pedagogo, especialista em literatura infantil, adotou 13 meninos de rua, ex-internos da FEBEM como ele e é considerado um dos dez maiores contadores de histórias do mundo.
Eu tive o prazer de ver uma apresentação de Roberto em minha cidade e confesso que desde então passei a admirá-lo ainda mais. Já o conhecia de uma entrevista concedida ao Jô Soares, mas vê-lo aí, na minha frente, contar sua história, e algumas outras, foi algo único. Sua forma de falar calmamente aliado ao seu mineirês faz com que quem ouve viaje nas suas histórias e entremos no mundo que ele nos quer apresentar.
Vale aqui também chamar a atenção no trabalho de um menino de enorme talento chamado Paulinho Mendes. O moleque arrebenta na interpretação e tenho certeza de que nos trará muitas surpresas pela frente. A atriz portuguesa Maria de Medeiros também ficou perfeita mo papel da pedagoga francesa que adotou Roberto Carlos. Os dois funcionaram muito bem juntos na tela, o que foi perfeito, já que o filme todo gira em torno do relacionamento dos dois. Detalhe curioso, quem narra o filme é o próprio Roberto Carlos Ramos, afinal de contas, quem melhor para contar uma história dessas do que um grande contador de histórias... Eu não sei vocês, mas eu me emocionei demais com esse filme