19 de abr. de 2010

Os Piratas do Rock

Existe um estilo de comédia bastante peculiar e que raramente cai no gosto popular, talvez por fazer uso de um tipo mais refinado de humor, o britânico. Quem conhece o grupo Monty Python sabe bem do que estou falando. Este tipo de humor é bastante inteligente e muito sutil (se bem que as vezes essa sutileza lembre um elefante dentro de uma loja de cristais...), o que talvez tenha contribuído para a sua falta de popularidade, mas o curioso é que quem assiste, se diverte muito, só não percebe o que é. É uma pena, pois é um estilo que merece muito mais atenção do grande público...
Sobre o filme
No final dos anos 60, o rock domina o cenário mundial e em especial a Inglaterra, país onde apenas a BBC, única emissora do Reino Unido domina as transmissões. Por falta de uma programação musical mais popular, surgiram algumas rádios piratas que, fazendo total juz ao nome, transmitiam sua programação exclusivamente musical a partir de barcos ancorados no Mar do Norte e levavam o rock aos lares britânicos. Curiosamente, apesar de se tratarem de rádios piratas, elas atuavam dentro da legalidade, diferente do conceito que se tem delas hoje, e o governo britânico quer acabar com elas de alguma forma, e é aí que começa a nossa história. Uma das rádios piratas mais popular, a Rádio Rock, com um grupo bastante eclético de locutores resolve enfrentar a proibição do governo às rádios piratas. Detentores de um vocabulário totalmente fora do convencional, eles conquistam a ira dos governantes e o amor dos ouvintes, que oferecem um final emocionante ao filme.
O filme conta com trunfos fantásticos para dar certo e cair no gosto de quem curte o bom e eterno rock 'n' roll e grande parte deles está na trilha sonora. Simplesmente fantástica e repleta de clássicos, dos mais variados estilos, que mostram um pouco da personalidade de cada locutor da rádio.
Dois destaques deste filme são Bill Nighy como o dono da rádio e o maior ladrão de cenas e talvez de filmes que já ví até hoje, Philip Seymour Hoffman, como o único americano da equipe.
Hoffman é hoje na minha humilde opinião, um dos maiores atores da nova geração. Quando aparece na tela ele tem o dom de roubar a cena, ele toma conta do ambiente e nos presenteia com sua performance impecável, não por acaso, vencedor do Oscar de melhor ator em 2006.
Se você um dia moveu um braço de um toca discos para escolher uma música, gravou fitas k7 de cromo com 90 minutos em aparelhos com sistema Dobly para presentear uma pessoa especial, ou se divertiu com as fitas em VHS do Monty Python, vai com certeza adorar este filme e correr atrás da trilha sonora. E acreditem, vai valer a pena...


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