30 de dez. de 2010

400 Contra 1

Daniel de Oliveira funciona bem na telona. E Daniela Escobar também. Eu não me lembro de outro filme que a tenha visto e confesso que ainda não assisti "Cazuza", mas gostei de ver como se comportam no cinema, onde muita gente da televisão não consegue mostrar bem seu talento. Pena que de vez em quando, se gasta vela boa com defunto ruim.

Sobre o filme
400 Contra 1 conta a história do surgimento do crime organizado no Rio de Janeiro, com a prisão de bandidos comuns e presos políticos no presídio da Ilha Grande durante o regime militar.
Agora parece que virou moda no cinema nacional fazer uso da narrativa para se contar a história, mas infelizmente nem todo mundo tem o dom. Quando Fernando Meirelles fez isso em Cidade de Deus, ficou legal, era meio que inovador por essas bandas e funcionou bem. Já em Tropa de Elite (tanto o 1 quanto o 2), José Padilha transformou a narração em uma outra personagem do filme, tão imprescindível quanto a munição nos fuzis. Já no "400..." a coisa ficou estranha, não soa bem bandido falando português correto, sem gírias, sem todo aquele dialeto peculiar da malandragem. Até nos diálogos as coisas pareciam deslocadas, artificais. Tudo bem que eles eram fortemente inflienciados pelos intelectuais precos  com eles na Ilha Grande, mas como diz a música "malandro é malandro e mané é mané", então um pouco mais de atenção a pequenos detalhes não custa nada... Outro pequeno detalhe que ficou faltando explicar (ou pelo menos deixar mais explícito, porque eu não achei...): qual o motivo de o filme se chamar "400 contra 1"? De onde surgiu os nomes Comando Vermelho e Falange Vermelha? Por que um dos carros utilizados pelos bandidos tem um CD player já em 1980?
Todos vocês sabem que não gosto de falar mal dos filmes aqui, mas é meio desanimador ver uma boa ideia terminar assim...

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