28 de jan. de 2011

Fahrenheit 451

Tem gente que acha que ficção científica tem obrigatoriamente de ter efeitos especiais mirabolantes e muitas vezes improváveis (como explosões no espaço), mas o que muita gente não sabe é que um bom filme deste gênero precisa apenas de uma boa história onde se basear. Ray Bradbury apesar de não ser tão conhecido do grande público, é um nome importante do gênero, pena que somente esta obra sua foi adaptada para o cinema, quem sabe um dia veremos Crônicas Marcianas nas telonas.

Sobre o filme
Em uma época incerta da história, a sociedade vive sob regras extremamente rígidas, onde todo e qualquer pensamento crítico é proibido assim como qualquer leitura. Os bombeiros, ao contrário do que conhecemos hoje, são os guardiães desta nova ordem e sua função principal é queimar todo livro encontrado ou a casa toda (no caso, só queima o que há no interior, as casas são a prova de fogo). Um belo dia, um dos bombeiros conhece uma jovem que desperta sua curiosidade para o que está escrito nos livros e ele passa a roubar alguns durante as ocorrências até ser denunciado pela própria esposa e passa então a ser caçado como um pária. Na fuga, ele encontra os homens-livros, pessoas que se dispuseram a decorar cada uma um livro diferente para garantir sua continuidade e uma possível publicação num futuro incerto.
O título deste filme é bem curioso, pois 451°farhenheit é a exata temperatura em que o papel começa a queimar, o equivalente a 232,777°Celsius e como ele fala justamente da queima de livros, o autor foi tremendamente feliz na escolha. Já há alguns anos eu li este livro, publicado originalmente em 1953 (não, eu não li a 1.ª edição, engraçadinhos...) e o filme feito em 1966 pelo diretor francês François Truffault procurou ser o mais fiel possível dentro das possibilidades da época. Infelizmente não foi possível ver o Sabujo, um cão-robô de 8 patas e as paredes de TV que tanto entretinham a esposa da personagem principal, mas a essência do livro foi bem transmitida e o filme cumpre bem seu propósito de promover um debate sobre a censura e sobre o domínio de um meio de comunicação sobre outros. Na época, Bradbury questionava o que a televisão estava fazendo com o hábito da leitura, e é interessante ver que seu argumento é atemporal, uma vez que hoje podemos acompanhar a Internet se sobrepondo aos demais meios de comunicação.
Uma curiosidade sobre o filme, a atriz Julie Cristie, vencedora do Oscar em 1966 interpreta dois papéis, como esposa e como a vizinha que enche a cabeça do bombeiro de minhocas.
Bom filme para um debate sobre liberdade de expressão e outros temas correlatos.



Desculpe galera, o trailer hoje é sem legenda. Tentei usar a do Youtube mesmo, mas ficou horrorível...

Nenhum comentário: